A liberação do uso do WiFi 6E para uso outdoor pela Anatel é uma evolução natural e já está sendo avaliada pela área técnica, conforme informou, nesta sexta-feira, 11, o conselheiro Emmanoel Campelo, em painel do INOVAtic. Segundo ele, não faz muito sentido a agência estabelecer uma quantidade de banda tão grande, criar expectativas positivas e não pensar na utilização de forma mais ampla dessa tecnologia.
“Pensando nisso, a Anatel estabeleceu que ela vai poder rever as especificações técnicas do WiFi 6E depois de seis meses, para evitar os conflitos com outros sistemas”, disse Campelo. Ele adiantou que a agência já analisa uma correspondência assinada por muitas empresas, inclusive pela Qualcomm, com proposições de ajustes para garantir também a convivência do WiFi 6E com o ITS (sistemas de carros autônomos).
“Outros países estão se debruçando sobre essa questão específica e a agência está acompanhando as mudanças que venham ocorrer”, afirmou. Para Campelo, nada impede que a Anatel comece a adiantar a avaliação, podendo até instituir um sandbox para isso.
Sobre a competição entre o 5G e WiFi 6E, qual tecnologia terá a preferência de usuários, Campelo afirma que é muito difícil prever, uma vez que o leilão do 5G não aconteceu ainda. “É sempre muito difícil prever como o mercado vai se comportar quando duas tecnologias com esse potencial chegarem”, disse.
Campelo lembrou que quando o 4G foi implantado ninguém imaginou a gama de serviços que seriam habilitados com essa tecnologia. Para ele, a escolha passará por análise do tipo de serviço ou indústria. “O WiFi 6E representa uma mudança tão significativa do WiFi que temos hoje que pode eventualmente se tornar uma aplicação preferencial para essas indústrias”, disse. “É esperar para ver”, ressaltou.
A Anatel destinou 1.200 MHz para o WiFi 6E, da faixa de 5.995 MHz até 7.125 MHz, contrariando reivindicações das operadoras móveis, que defendiam a destinação de metade dessa banda para o 5G.
Venda da Oi Móvel
Campelo disse que, além do 5G, outros temas serão discutidos nas próximas reunião do Conselho Diretor da Anatel. “Uma das demandas que temos dos ISPs é debater a concentração do mercado em função da venda de ativos da Oi”, disse. Esse tema deve ser debatido em reunião extraordinária do Comitê das Prestadoras de Pequeno Porte (CPPP).
-A destinação de parte das frequências do 5G para os ISPs mostra não só um reconhecimento do aumento do mercado em razão do crescimento dos provedores, mas também uma preocupação nossa com essa concentração. O que nós queremos com a regulamentação é o crescimento dos provedores regionais competitivos, essas operadoras regionais precisam crescer para que tenhamos mais competição no mercado”, disse o conselheiro.
No entendimento do conselheiro o excesso de concentração de frequências na mão de três operadoras pode vir a ser um problema, algo que o Brasil não experimentou ainda. “O que não pode haver de maneira nenhuma é a existência só de duas operadoras, três é algo administrável do ponto de vista da competição e nós chegamos próximos de um cenário preocupante”, disse.
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