Como as principais potências mundiais estão regulando o uso de Inteligência Artificial? Nos dias 10 e 11 de fevereiro, Paris sediou o Paris AI Summit 2025. O evento reuniu líderes globais, CEOs de grandes empresas de tecnologia e especialistas a fim de debater sobre o futuro da Inteligência Artificial.
Mas, em vez de consenso, o evento expôs a crescente disputa entre Estados Unidos, China e União Europeia sobre a regulamentação da IA. O que cada potência pensa sobre o caminho para o desenvolvimento da tecnologia e qual foi o resultado do encontro em Paris? Descubra no artigo a seguir.
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Paris AI Summit: o que é?
O Paris AI Summit, ou Paris AI Action Summit, é a terceira edição de um evento global. Ele junta líderes governamentais, empresários e especialistas. O objetivo é discutir governança, colaboração e estratégias para a aplicação e o desenvolvimento de tecnologias de Inteligência Artificial.
Enquanto as edições de Seoul e Londres focaram nos riscos da IA, o Paris AI Summit se concentrou em criar diretrizes e acordos para seu desenvolvimento e regulação.
Realizado em Paris, nos dias 10 e 11 de fevereiro, o evento juntou líderes de governos, pesquisadores e executivos das grandes empresas de tecnologia. Eles discutiram os avanços da IA, além dos desafios de segurança, transparência e acessibilidade.
Outro ponto importante discutido em Paris foi a sustentabilidade da Inteligência Artificial para as pessoas e o planeta, uma vez que, de acordo com especialistas, a IA pode chegar a consumir quantidades de energia similares às de um país de pequeno porte.
Declaração de Paris
Um dos principais pontos da edição de 2025 foi a Declaração de Paris, um documento que estabelece princípios para garantir que a IA seja aberta, inclusiva, transparente, ética, segura e confiável. Mais de 60 países assinaram o compromisso, incluindo França, Alemanha e China.
No entanto, os EUA e o Reino Unido se recusaram a assinar, alegando que o documento não traz clareza suficiente sobre governança global e segurança nacional, além de ser um potencial detrator para o desenvolvimento da tecnologia.
Regulamentação de IA: a favor ou contra?
A regulação da IA se tornou um dos temas mais polêmicos no debate internacional. Com a rápida evolução das tecnologias generativas e dos sistemas autônomos, os governos tentam equilibrar inovação e segurança.
Em 2024, doze novas estratégias de IA foram publicadas ou anunciadas – o triplo do número registrado em 2023.
No Paris AI Summit 2025, ficou claro que os principais blocos econômicos têm visões divergentes:
Estados Unidos: Menos Regulação, Mais Mercado
O governo dos EUA, representado pelo vice-presidente JD Vance, reforçou sua posição contrária a regulamentações excessivas. Segundo Vance, o excesso de regras pode sufocar startups e dificultar a concorrência com gigantes como OpenAI, Google e Microsoft. Washington defende que a autorregulação do setor deve prevalecer e se opõe à abordagem europeia.
União Europeia: A Liderança na Regulação
A União Europeia adotou uma postura mais restritiva. Aprovando recentemente o AI Act, o bloco busca estabelecer padrões globais de segurança, transparência e ética.
O presidente francês Emmanuel Macron destacou a importância de uma IA segura e inclusiva, enquanto a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reforçou que regras claras incentivam a inovação e protegem a sociedade.
China: Crescimento Acelerado e Expansão Global
A China surpreendeu ao assinar a Declaração de Paris, documento que preconiza uma IA transparente e acessível.
O país tem expandido sua influência no setor com startups como DeepSeek, que desafia empresas ocidentais. Pequim quer se posicionar como líder tecnológico, mas sob um modelo onde o governo tem forte controle sobre dados e algoritmos.
Futuro da Regulação da IA
O Paris AI Summit demonstrou que a regulamentação da inteligência artificial continuará sendo um campo de disputa geopolítica.
Enquanto a União Europeia tenta estabelecer um padrão global, os EUA buscam manter o setor livre para a inovação, e a China expande sua influência.
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