Falta de conhecimento especializado (31%), preocupações com segurança de dados (18%) e orçamentos limitados (17%), bem como resistência cultural (12%) são os obstáculos centrais que dificultam a adoção de Inteligência Artificial (IA) por parte dos negócios. É isso que indica a 1ª edição da Pesquisa sobre Adoção de Inteligência Artificial nas Empresas realizada pelo Instituto de Formação em Tecnologia e Liderança (IFTL), edtech pioneira no desenvolvimento de líderes em Inteligência Artificial, Estratégia e Tecnologia.
“Já percebíamos isso na prática, mas com o estudo fica claro: há uma lacuna no desenvolvimento de competências internas para lidar com IA. No que diz respeito à segurança de dados e orçamentos limitados, essas dificuldades refletem preocupações comuns na adoção de tecnologias no geral, especialmente, nas pequenas e médias empresas. Já a resistência cultural provoca reflexão nas lideranças das companhias, pois apenas 15% delas têm uma estratégia formal de IA já implementada. Isso sugere que a governança precisa ser priorizada para dar suporte a uma adoção estruturada”, explica Edmee Moreira, CEO e cofundador do IFTL.
O questionário teve a participação de 302 respondentes, com os perfis hierárquicos C-Level (28%), gerentes/heads (42%), refletindo uma visão estratégica e gerencial sobre a IA, e operacional (30%); sendo empresas de porte pequeno (35%), médio (32%) e grande (33%). A pesquisa foi respondida entre os dias 04 e 23 de outubro de 2024, com predominância de respostas de companhias dos segmentos de tecnologia (38%), outros setores (31%) e serviços financeiros (12%), com o objetivo de traçar um panorama sobre o uso de IA nas empresas, bem como identificar destaques, desafios e o futuro da IA nas companhias.
Estágio de adoção de IA nas empresas
De acordo com o estudo, referente à maturidade no uso de IA nos negócios, 41% das empresas estão na fase de implementação inicial, enquanto 15% já integraram a IA em processos críticos (aqueles considerados primordiais para que se atinjam os objetivos estratégicos do negócio), e 12% utilizam IA como diferencial competitivo, o que destaca um avanço gradual na maturidade da IA entre os empreendimentos. Enquanto isso, 32% das companhias ainda estão explorando oportunidades com o uso da ferramenta.
Já relativo ao uso da IA por área dentro dos negócios, mais da metade (50%) deles utilizam IA em tecnologia e desenvolvimento de produto, enquanto áreas como vendas, marketing (26%) e suporte ao cliente (23%) também estão implementando IA de forma significativa. Sobre o desenvolvimento de IA dentro dos empreendimentos, como estratégia formal, 35% deles estão desenvolvendo algo, o que sinaliza que a maturidade estratégica de IA ainda está em construção.
“A partir da pesquisa, podemos fazer duas correlações importantes. A primeira delas é porte x maturidade, empresas grandes têm três vezes mais chances de ter IA integrada em processos críticos, ao passo que pequenas companhias focam mais em exploração inicial (45%). A segunda é investimento x resultados, as empresas que investem mais reportam melhores resultados, como 75% mais probabilidade de ter uma estratégia formal de IA e 60% de ter a ferramenta como diferencial competitivo”, conta Moreira.
Futuro e oportunidades para a IA nas empresas
Mesmo com todos os desafios, a IA já é uma realidade em muitos negócios. Para o CEO do IFTL, a partir do estudo é possível traçar algumas recomendações e oportunidades de médio e longo prazo para incentivar a adoção contínua, o desenvolvimento de uma cultura data-driven e tornar empresas AI-First (inteligência artificial no centro de todas as inovações).
“A pesquisa reflete um alto reconhecimento do potencial da IA (73%) e um forte interesse em investir mais no futuro (62%), mostrando um ambiente favorável para o crescimento da IA. Algumas ações a curto prazo, como capacitação técnica, necessidade que o IFTL busca atender para auxiliar companhias que encontram dificuldades para integrar a IA em suas operações de maneira eficaz e inovadora; e projetos-piloto são essenciais para superar a falta de conhecimento. A médio prazo, expandir o número de casos de uso, desenvolver uma estratégia formal de IA e criar centros de excelência em IA. Já a longo prazo, integração total da IA nos processos empresariais e construção de uma cultura data-driven, visando à escalabilidade das soluções de IA”, conclui o CEO do IFTL.