O eventual desligamento das redes 2G e 3G deve acontecer “no prazo mais rápido possível”, mas não de forma abrupta, indicou Felipe Roberto de Lima, gerente de Regulamentação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), nesta terça-feira, 12, no evento IoT e as Redes Privativas, realizado em São Paulo pelo Tele.Síntese.
No mês passado, a agência anunciou que, a partir de 6 de abril do ano que vem, não vai mais certificar dispositivos que funcionam exclusivamente em redes dessas gerações móveis. De acordo com Lima, a autarquia busca incentivar a “substituição por equipamentos de outras tecnologias, até para despressurizar as redes” legadas. Isso também envolve a liberação de faixas sub 1 GHz para alocação do 5G.
“Temos que nos preocupar com essa questão do ponto de vista de caminhar bem para o desligamento dessas tecnologias, mas não acredito que isso venha de maneira abrupta. Assim, geraria mais problemas do que benefícios”, afirmou o regulador.
Lima ressaltou que a decisão de não certificar mais equipamentos 2G ou 3G não significa que os dispositivos em operação deixarão de funcionar. A ideia é incentivar a troca por tecnologias mais modernas, mas com tempo razoável para não onerar os usuários.
“Olhando do nosso lado da Anatel, é estar atento como fazer isso no prazo mais rápido possível. É tentar fazer isso o quanto antes, mas da maneira mais suave possível”, assinalou.
Certificação de produtos
Lima informou que a Anatel está “no meio de um processo grande da nossa segunda onda de regulamentação de certificação”. A intenção é avançar em relação ao procedimento concluído em 2019, agilizando procedimentos, mas sem recuar em aspectos de segurança.
“A certificação, antes de falar em questão de engenharia, se trata de segurança. Essa é uma questão que, de fato, é importante, e eu não vejo um cenário onde deveríamos flexibilizar isso. Por outro lado, não significa que, por ser uma exigência, precisa ser onerosa, tanto do ponto de vista processual quanto financeiro”, destacou o gerente da Anatel.