Mais da metade das empresas adotam ferramentas de IA para compliance, diz EY

Mais da metade das empresas adotam ferramentas de IA para compliance, diz EY

Ainteligência artificial já está sendo bastante usada pelas empresas que atuam no Brasil por meio de ferramentas que se utilizam de técnicas e/ou aplicam essa tecnologia em suas soluções para compliance e integridade, de acordo com o Relatório de Integridade Global 2024, produzido pela EY. Na amostra brasileira, mais da metade dos entrevistados (51%) apontam essa utilização, porcentagem bem superior em comparação com a média global (29%).

Desses 51% registrados, 92% afirmam que suas empresas estão preocupadas em estabelecer processos e políticas que observem os riscos relacionados à adoção de IA, como aspectos de segurança da informação, privacidade e ética no uso de algoritmos. Essa governança tem como objetivo reduzir o risco de alucinação da IA generativa, assegurando que haja supervisão humana dos resultados apresentados.

Ainda segundo o estudo, os mercados emergentes estão à frente dos desenvolvidos nesses esforços de governança, com quatro em cada dez entrevistados dizendo que adotaram medidas para gerir a implementação e utilização da IA. Além disso, também se mostram mais maduros no entendimento dessa tecnologia e de suas responsabilidades no uso dela. Isso porque 51% dos executivos nos mercados emergentes dizem ter recebido formação ou orientação das suas organizações sobre a utilização da IA e os riscos envolvidos – contra 35% dos executivos nos mercados desenvolvidos. O índice na América do Sul (54%) é mais elevado do que na Europa Ocidental (35%), América do Norte (32%) e Oceania (28%).

Os entrevistados pertencentes ao jurídico e ao compliance mencionam a melhoria contínua dos processos, a evolução no monitoramento ativo e as avaliações de risco como as principais atividades de rotina do trabalho de conformidade aperfeiçoadas pela IA. Para eles, o maior impacto da IA no compliance está na coleta avançada de dados, manipulação e análise de riscos na correlação de conjunto de dados, com 40% das respostas; monitoramento ativo e alteração, com 37%; e atividades de pontuação ou análise de riscos, com 34%. Ao fazer o monitoramento das mudanças regulatórias, a IA analisa ao mesmo tempo os dados internos para identificar potenciais lacunas de compliance.

No entanto, esses executivos estão cautelosos com os riscos que podem impedir a plena implementação dos sistemas de IA nas suas funções. Os dois principais desafios são dados inconsistentes ou ausentes para alimentar modelos de IA e falta de experiência interna com essa tecnologia. Essas questões passam por garantir que as ferramentas de IA sejam usadas de acordo com as diretrizes internas e com os requisitos legais.

O Relatório de Integridade Global 2024 foi realizado pela EY com base em uma pesquisa com 5.464 membros do conselho, gerentes e funcionários em uma amostra de grandes organizações e órgãos públicos de 53 países. As entrevistas foram realizadas entre outubro de 2023 e janeiro de 2024.

A inteligência artificial tem sido cada vez mais utilizada pelas empresas para inovar e tornar mais produtivo o dia a dia dos seus negócios. Há, no entanto, diversas dúvidas sobre como desenvolver e operacionalizar esses sistemas evitando os riscos que podem comprometer os resultados financeiros e a reputação das organizações. Nesse contexto, a EY lançou a série “IA aplicada aos negócios: Como utilizar essa tecnologia com segurança e governança para gerar inovação”, que, além desta reportagem, já publicou as seguintes:

  • IA generativa para fins tributários atende às obrigações fiscais e gera inteligência
  • Empresas adotam IA generativa na gestão do contencioso tributário
  • IA em 2024 requer fortalecimento da governança em assuntos como proteção de dados
  • Estudo da EY aponta cinco tendências globais para regulamentação de IA
  • Monitoramento por IA das emissões de metano já é realidade na indústria de gás e petróleo
  • Empresas precisam desde já adotar as melhores práticas de IA
  • Indústria de mineração encontra alternativas à abertura de minas por meio da IA
  • IA possibilita uso inteligente da rede de energia para aproveitar potencial das fontes renováveis
  • Educação é a base da governança em inteligência artificial
  • Engajamento dos C-Levels e diretores é característica em comum das empresas bem-sucedidas em IA
  • Conselheiros de administração no Brasil têm o desafio de inserir IA generativa na agenda de curto prazo
  • Uso da IA generativa pelas empresas começa com identificação do problema a ser resolvido
  • Cultura de dados aliada à IA melhora gestão de riscos corporativos
  • Erro ou criatividade da IA generativa, mesmo em nível baixo, traz riscos para as empresas
  • IA exige olhar para as transformações que serão viabilizadas pela tecnologia
  • Empresas consideram que IA generativa será complementar às iniciativas já existentes
  • 86% dos CIOs pretendem adquirir ou fechar parceria com plataforma de IA generativa.

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