Cada vez mais comprometida com o uso de Inteligência Artificial (IA) em soluções de segurança cibernética, a Cisco busca se posicionar como provedora dos serviços em nuvem mais seguros do mundo. A companhia indica que tem colhido os frutos da aposta no modelo de software as a service para se manter entre os principais ofertantes desse mercado.
Na área de cibersegurança, 45% das vendas no Brasil dizem respeito a firewalls, enquanto 55% entram no conjunto de aplicações como serviço. De acordo com Fernando Zamai, líder de cibersegurança da Cisco Brasil, o direcionamento das cargas de trabalho para a nuvem é “um caminho sem volta”.
Sendo assim, a empresa está expandindo a infraestrutura no Brasil. Atualmente, a Cisco hospeda seus serviços em quatro data centers da Equinix no País (dois em São Paulo e dois no Rio de Janeiro), além de estar conectada aos demais provedores de nuvem e a Pontos de Troca de Tráfego (PTTs).
O próximo passo na América Latina, onde utiliza os serviços da AWS, a nuvem da Amazon, é contratar racks em um data center no Chile.
“Estamos garantindo baixa latência e disponibilidade na região”, afirmou Zamai, em encontro com a imprensa, nesta quinta-feira, 17, em São Paulo. “Em segurança de nuvem, a Cisco busca ser a nuvem entre o usuário e a empresa, um ponto de intersecção para conectar todo mundo de forma simples e rápida, onde quer que se use a aplicação – na nuvem, on premise [no local] ou na IaaS [infraestrutura como serviço]”, ressaltou.
O especialista destacou que, apesar de os serviços da Cisco contarem com o apoio da AWS, a estratégia de segurança cibernética da empresa foi desenhada para o ambiente de múltiplas nuvens.
“Podemos partir para o multicloud, a tecnologia é portável, isso diminui a latência. Mas, no momento, estamos com a AWS”, disse.
Fundo de IA no Brasil
Em junho, a Cisco lançou um fundo global de US$ 1 bilhão (aproximadamente R$ 5,67 bilhões) para investimento em startups especializadas em IA. Zamai sinalizou que o Brasil também deve ser contemplado pela iniciativa, através do Brasil Digital e Inclusivo (BDI), programa por meio do qual a companhia apoia projetos e parcerias de inovação e digitalização com foco em impacto social.
“Com esse fundo, a ideia é encontrar grandes soluções, todas elas cloud native [nativas na nuvem], como um motor de reconhecimento ou de IA que detecte novas técnicas”, explicou o especialista.