O Brasil subiu três posições no ranking global da velocidade de banda larga fixa em apenas um ano, passando de 126.89 Mbps em 2023, para 170.42 Mbps em setembro de 2024, galgando a 25ª posição entre os países. Conforme Loureño Lanfranchi, diretor América Latina da consultoria Ooka, a média global de velocidade de download é de 93,99 Mbps, o que coloca a posição brasileira bem acima da média mundial. Mas, na América Latina, o Chile continua a ser o país com a melhor performance na qualidade da banda larga, ocupando a quarta colocação global, com velocidade média de download de 265.62 Mbps.
Outros países latinos tiveram no mesmo período performance bastante positiva na velocidade da banda larga, como Peru (166.89 Mbps), Argentina ( 88.03 Mbps) e México (79.31 Mbps), subindo pelo menos quatro posições no ranking global. Segundo Joey Zhou, presidente Latam de marketing de TIC da Huawei, a fibra óptica já alcança atualmente 60% das residências da América Latina. Ele afirmou que, no último ano, muitas operadoras da região reforçaram investimentos para o up grade de suas redes para o FTTH (fibra até a residência), confirmando, assim, o aumento da velocidade das conexões.
Zhou disse que, como consequência, diferentes operadoras da América Latina começam a ofertar velocidades de 1 Gbps, criando uma nova oportunidade de negócios para as próprias empresas. O aumento do consumo de dados é significativo na região, reforçou, lembrando que as compras por streaming ao vivo cresceram de 44% para 46% no mesmo período. Estima-se que as casas inteligentes receberão investimentos de US$ 3 bilhões neste e no próximo ano, e o e-commerce movimentará US$ 247 bilhões na região, entre as aplicações que demandam cada vez mais velocidade. ” A era do gigabit chegará em breve na América Latina”, afirmou.
Gap nas áreas rurais
Estudo que está sendo concluído pela UIT (União Internacional de Telecomunicações) e a Huawei sobre o cenário da banda larga aponta que, mesmo com a grande penetração da telefonia celular em todo o globo, a banda larga fixa é responsável por 83% do tráfego mundial de dados. E o gap nas áreas rurais globais e da região é preocupante, afirmou Rodrigo Robles, coordenador do departamento das Américas da UIT. ” Na região, de cada 100 pessoas que vivem nas áreas rurais, 25 não tem acesso à internet”, afirmou.
Gary Lu, presidente de carrier network da Huawei observou que as operadoras passarão por três transições: a adoção da fibra óptica em toda a sua rede; a adoção do gigabit de velocidade; e a implementação dos serviços de valor adicionado, com o apoio da inteligência artificial. ” Só para se ter uma ideia, neste ano de 2024 estima-se que 15 bilhões de fotos serão geradas por inteligência artificial”, afirmou. Os executivos participaram do LATAM Fiber Broadband Leaders Summit 2024.