Um estudo inédito patrocinado pelo SAS constatou que 54% das empresas do mundo estão utilizando ou implementando IA generativa, enquanto no Brasil o percentual está abaixo disso: 46%. No ranking global de adoção, o Brasil ocupa a 11ª colocação, enquanto a China está em primeiro lugar, com mais de 80% das empresas afirmando que já iniciaram este processo. Reino Unido (70%) e Estados Unidos (65%) completam o pódio de países do mundo que mais utilizam GenAI até o momento. No entanto, as organizações norte-americanas estão à frente em termos de maturidade e implementação completa das tecnologias de GenAI, de acordo com 24% dos respondentes, comparado a 19% da China e 11% do Reino Unido.
O estudo do SAS foi conduzido pela Coleman Parkes e consultou 1600 executivos tomadores de decisão em IA generativa e data analytics, em 21 países, entre fevereiro e abril. No Brasil, foram 100 entrevistados. Na prática, o estudo mostra que entre as empresas brasileiras que já usam ou estão implementando a IA generativa, menos da metade (47%) têm um caso de uso de IA generativa até o momento. O percentual só fica à frente de Itália (32%) e do grupo Bélgica/Países Baixos/Luxemburgo (31%), figurando entre os três menores percentuais do mundo. O relatório completo pode ser acessado aqui: Desafios e potenciais da IA generativa no Brasil: como ter vantagem competitiva.
A expertise interna é apontada como principal obstáculo para a implementação no país, sendo citada por 51% das empresas, enquanto globalmente o percentual é de 39%. Como as áreas de RH se deparam com uma escassez de contratações satisfatórias, os líderes se preocupam com o fato de não terem acesso às competências necessárias para extrair o máximo do investimento. Além disso, em geral, os próprios líderes entrevistados apontam falta de conhecimento pleno da IA generativa. Quase metade dos brasileiros (46%) diz ter um “entendimento moderado” da tecnologia, enquanto globalmente a maioria aponta ter um bom entendimento (42%).
Ao lado da expertise interna, entre os obstáculos está a dificuldade de fazer a transição da fase conceitual para o uso prático, apontada também por 51%. E quando se fala em preocupação em relação ao uso da IA generativa, privacidade de dados (91%), segurança de dados (81%) e governança (69%) são os fatores mais apontados no Brasil.
“A IA generativa tem capturado a atenção de líderes desde que os modelos conversacionais ganharam destaque, mas já vemos um movimento que visa ‘colocar os pés no chão’, com foco em como organizações podem gerar valor para os negócios com a IA generativa, para além da euforia inicial. Apesar das lacunas, as empresas do Brasil demonstram entusiasmo com o potencial da IA generativa para aumentar a produtividade e impulsionar os resultados de negócios, com bons benefícios alcançados entre aqueles que já iniciaram essa jornada”, afirma André Novo, country manager do SAS no Brasil.
A pesquisa, de fato, aponta que as empresas brasileiras que adotam a tecnologia já têm observado benefícios aos negócios: a grande maioria, 93%, relatou melhor experiência e satisfação dos funcionários, 87% afirmaram que os custos operacionais foram reduzidos e 76% disseram que a retenção de clientes aumentou.
Neste contexto, a maioria das organizações pesquisadas no Brasil espera que a IA generativa seja um grande catalisador de inovação e competitividade (57%) e que traga aumento mensurável da capacidade e da precisão analítica (57%) para os gestores. Personalização da experiência e do engajamento dos clientes (54%) também aparece no top 3 das expectativas. No entanto, não parece haver tanta esperança de que a IA generativa vá reduzir custos de operação nas empresas brasileiras, com apenas 39% dos ouvidos apontando essa possibilidade.
Investimentos e foco em resultados para os negócios
Sobre o orçamento já reservado para IA generativa entre esse ano e 2025, a pesquisa constata que as empresas brasileiras que já investiram na tecnologia tendem a apostar nela de novo. A maioria absoluta dos que já tem a tecnologia implementada (100%) ou em implementação (97%) dizem já ter verba alocada para o próximo período, número que cai para 68% entre aqueles que pretendem adotá-la somente nos próximos dois anos.
Entre as organizações brasileiras que investem ou pretendem investir em IA generativa nos próximos anos, a maioria pretende começar dentro de um departamento específico (45%), ou por um projeto-piloto (37%), enquanto uma minoria (18%) já pensa grande e vai investir em um projeto de nível corporativo. Marketing, field services e vendas são os departamentos que lideram com sobras a corrida da empolgação com a IA generativa.
O principal objetivo entre as empresas brasileiras na hora de investir em IA Generativa é melhorar a satisfação e retenção do cliente, gerando benefícios diretos para os negócios, apontada como prioridade por 20% dos entrevistados. Em seguida vem a redução de custos operacionais e tempo (produtividade) e a gestão aprimorada de riscos e medidas de conformidade, ambos apontados por 15%.
“Para atingir estes objetivos, as empresas precisam de tecnologia que ofereça integração e governança, antes de se arriscarem e acabarem ‘presas”, alerta o country manager, que também dá uma orientação final: “o advento da inteligência artificial generativa promete revolucionar o cenário da produtividade humana e corporativa. Mas ao embarcar nessa jornada, é indispensável reconhecer tanto o potencial ilimitado da nova tecnologia quanto os desafios que a acompanham”.
Saiba mais sobre os dados globais no relatório de pesquisa completo e no painel de dados interativo.