Após adquirir dois provedores de banda larga em maio – um em Minas Gerais e outro no Ceará –, a Sky deve continuar fazendo aquisições nesse mercado, enquanto expande a sua atuação como fornecedora de acesso à internet pelo País por meio de redes neutras, indicou o CEO da operadora, Gustavo Fonseca, nesta segunda-feira, 12.
A companhia, que tem contrato com as quatro principais empresas de redes neutras do País (V.tal, FiBrasil, I-System e American Tower), planeja terminar 2024 com o serviço Sky Fibra em pelo menos 400 cidades – atualmente, a banda larga da operadora está disponível em mais de 220 municípios.
De acordo com Fonseca, a expansão do serviço em parceria com redes neutras e a ampliação orgânica da base continuam sendo as principais diretrizes estratégicas no segmento de internet fixa. Contudo, a atuação na banda larga deve ser complementada pela aquisição de provedores de serviços de internet (ISPs), até como forma de a operadora ganhar expertise nesse mercado.
“A nossa estratégia principal é o crescimento orgânico com redes neutras, mas temos olhado os pequenos ISPs”, afirmou, durante o evento PayTV Forum, organizado pelos sites Tela Viva e Teletime.
O executivo ainda disse que “os ISPs menores chegaram a cidades que ninguém sabe onde ficam” e, assim, conquistaram “uma penetração grande na banda larga”. Desse modo, ao incorporar essas organizações, a companhia está “procurando aprender como ser rápido no negócio de conectividade”.
TV por streaming
Fonseca também comentou que a TV por streaming da empresa, a Sky+, tem superado as expectativas no que diz respeito à atração de clientes. No momento, o planejamento é de que o serviço que funciona com apoio de rede de banda larga coexista com a tradicional TV via satélite, meio em que a Sky é a principal provedora do País, com mais de 3 milhões de acessos.
“Não estimulamos ativamente a troca do DTH [sinal via satélite] para o OTT [streaming], mas tem acontecido naturalmente. No Sky+, uma parte são clientes que migram e outra são novos clientes”, sintetizou. “A migração tem sido mais forte do que imaginávamos”, acrescentou o CEO.
De todo modo, o executivo ressaltou que, no negócio de TV em termos financeiros, “não estamos tão positivos, porque não forçamos muito a migração de um lado para o outro”. Ele citou que, em toda a América Latina, o serviço de TV por streaming conta com 2 milhões de assinantes.
PPP na TV paga
Em abril, o conselho diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) aprovou uma cautelar por meio da qual libera a Sky de cumprir todas as previsões regulatórias da TV paga. Na prática, a empresa deixou de ser enquadrada como detentora de Poder de Mercado Significativo (PMS), passando a ser classificada como Prestadora de Pequeno Porte (PPP), por ter menos de 5% do market share do serviço quando se analisa o mercado incluindo as plataformas de streamings.
Em breve comentário, o CEO afirmou que “ser classificado como PPP ajuda o negócio de vídeo” e que a empresa ainda está se “adaptando, fazendo ajustes para aproveitar essa reclassificação”.