O CEO da Vivo, Christian Gebara, afirmou nesta terça-feira, 30, que a aquisição da integradora IP Net, principal parceira Google Cloud no Brasil, permitirá o avanço sobre o mercado de nuvem para PMEs.
Segundo ele, há potencial de explorar este segmento em diversas frentes, inclusive com a comercialização do Workspace, o concorrente do Google para o pacote Office 365 da Microsoft.
A aquisição, lembrou em coletiva de imprensa, faz parte de uma estratégia ampla para a unidade B2B da operadora, que se baseia em três pilares: Internet das Coisas, Big Data e Nuvem.
“Fizemos investimentos fortes em cibersegurança, hoje entregamos IoT com um grau maior de maturidade no B2B, mas ainda a maior parte da receita está no cloud. No pós-pandemia, as empresas decidiram ir para a nuvem de forma acelerada”, analisa.
Gebara contou que atualmente a maior parte da base de clientes de nuvem no B2B utiliza serviços AWS ou Azure (Microsoft). A compra da IP Net permite diversificar. “Hoje nossos clientes tem concentração nos outros hiperscalers, e queremos aumentar participação com o Google, crescer em cloud e no Workspace entre PMEs. Com a aquisição, reforçamos a posição de maior parceiro Google no Brasil”, comentou.
Na conferência dos resultados do segundo trimestre com analistas, o executivo ressaltou também que a compra da IP Net traz para a companhia não apenas negócios, como 140 especialistas em Google Cloud e 260 profissionais bem qualificados em integração.
Série de aquisições
A Vivo tem investido em aquisições para ampliar a presença no B2B, e busca também oportunidades no varejo. A empresa analisa a compra da Desktop, provedora de banda larga com atuação em São Paulo. Segundo informou ao Valor, as negociações estão em andamento, e a tele está realizando a due diligence do ISP – ele não deu prazos para conclusão, no entanto.
Este ano, o grupo anunciou investiu na startup Vale Saúde Sempre, na CRM Bonus, criou a Gud, joint venture com a Auren na área de energia. Em 2023 concluiu a compra da Vita IT.
“Estamos sempre olhando para potenciais aquisições em IoT, nuvem, varejo”, complementou na conferência dos resultados com analistas.
Migração da concessão
Gebara também trouxe mais informações sobre a negociação com Anatel perante o TCU para a migração da concessão de telefonia fixa. O termo do acordo está pronto, mas aguarda avaliação do Ministério Publico. Quando este devolver sua análise, o assunto irá para o plenário da corte de contas.
O relator terá de 30 a 60 dias para apresentar voto. Após isso, ainda terá de esperar o sina da verde da AGU. Segundo o executivo, a expectativa é que tudo se dê até o final de outubro.
O acordo prevê que a Telefônica Vivo faça a adaptação da outorga de concessão de telefonia fixa para o regime privado. Compromete-se a manter o STFC ativo em cidades escolhidas pela Anatel até 2028. Outros compromissos devem ser atendidos ao longo de 10 anos. Em contrapartida, a operadora abre mão da arbitragem que trava com a agência e na qual questiona a insustentabilidade dos contratos de concessão que vencem em 2025.