O governo da Espanha adquiriu 3% das ações da Telefónica, movimento que dá início a um plano de elevar a participação estatal na companhia de telecomunicações para 10%. As ações foram compradas pela Sociedade Estatal de Participações Industriais (SEPI), uma holding controlada pelo Estado que atua como um fundo soberano.
A SEPI comunicou a compra das ações à Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) – agência governamental com funções semelhantes à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no Brasil – na segunda-feira, 25.
Em nota, a empresa informou que a aquisição dos papéis segue determinação do Conselho de Ministros, que, em dezembro do ano passado, deliberou a favor de o Estado deter uma participação relevante na tele.
A expectativa é de que a SEPI faça novas rodadas de compras de ações, até o limite de 10% do capital social da operadora. O eventual aumento da participação do Estado espanhol na companhia também é uma forma de contrabalancear a investida do grupo saudita de telecomunicações STC, que detém 9,9% das ações da Telefónica.
O governo da Espanha não esconde que considera a antiga estatal uma empresa estratégica para os interesses do país.
“A entrada da SEPI, acionista de longo prazo, proporcionará à Telefónica uma maior estabilidade acionária para atingir os seus objetivos, contribuindo para a salvaguarda das capacidades estratégicas de uma empresa estratégica para os interesses nacionais pela sua liderança no setor de telecomunicações e suas capacidades industriais determinantes em áreas como segurança e defesa”, ressalta a holding, em comunicado.
Uma das maiores empresas de telecomunicações do mundo, a Telefónica mantém atuações relevantes no Brasil, sob a marca Vivo, e em países da América Latina, nos quais opera com a marca Movistar. Na Europa, além do país natal, a tele tem operações no Reino Unido, por meio da Virgin Media O2 (uma joint venture com a Liberty Global), e na Alemanha, onde recentemente elevou a sua participação na subsidiária para 93%.