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Compartilhamento de torres ainda é baixo na América Latina

Aumentar a taxa de compartilhamento de torres pode ampliar a conectividade na América Latina, diz estudo
Estudo defende compartilhamento de torres de celular para acelerar 5G e estender cobertura móvel (crédito: Freepik)

O compartilhamento de infraestrutura passiva para redes móveis é um “componente essencial” para estender a cobertura 4G e otimizar as implantações de 5G na América Latina, incluindo o Brasil, de acordo com um estudo divulgado pela Associação Brasileira de Infraestrutura para Telecomunicações (Abrintel).

O relatório aponta que o compartilhamento de sites ainda está “em níveis relativamente baixos na região” e que a sua adoção em larga escala contribui para tornar mais eficientes os investimentos das operadoras móveis, proporcionando reduções nas despesas de capital (capex) e operacionais (opex).

Como consequência, além de acelerar a expansão da conectividade no território latino-americano, o uso compartilhado de infraestrutura “permitiria reduzir as tarifas de telecomunicações cobradas de seus assinantes”.

Segundo o estudo, intitulado “A gestão da infraestrutura de telecomunicações como um pilar fundamental para o futuro da América Latina”, até 2022, as empresas independentes de infraestrutura passiva detinham 52% do mercado de torres de celular na região. As operadoras eram responsáveis por 21% dos equipamentos, enquanto outros 27% pertenciam a empresas de torres ligadas a teles.

No entanto, a média de operadoras por site varia de 1,1 (países como Argentina e Peru) a 1,5 (Colômbia e México) – a média brasileira é 1,3, empatada com a Costa Rica e pouco superior às de Chile e Paraguai (1,2).

“Como se pode ver, o potencial de crescimento do compartilhamento de infraestrutura passiva na América Latina ainda é grande. A título de exemplo, as empresas de infraestrutura passiva em alguns mercados têm em média mais de dois operadores por site”, diz o estudo, realizado pela SMC+, empresa de estratégia de tecnologia e relações públicas digitais com foco na América Latina, a pedido da American Tower, associada da Abrintel.

Dificuldades e incentivos

O material indica que a região ultrapassou a marca de 200 mil sites para redes móveis em 2022. A estimativa é de que o total suba para 454 mil em 2030 e 560 mil em 2032. Contudo, há barreias que precisam ser enfrentadas.

Os principais obstáculos são de ordem administrativa, como falta de coordenação entre os entes federativos e a aplicação de taxas para instalação de sites. O estudo também aponta, em segundo lugar, a necessidade de entendimento entre os setores público e privado para a implantação de equipamentos em locais ou infraestruturas existentes, como postes de iluminação, edifícios e todo o mobiliário urbano.

Além disso, outra dificuldade da região é que os negócios no setor são realizados, em geral, em dólar, enquanto as receitas são geradas em moedas locais, mais sujeitas à inflação e a efeitos cambiais.

Nesse sentido, o estudo sugere que, para ampliar a infraestrutura celular, os países latino-americanos reforcem a coordenação entre órgãos federais e municipais, implementem processos de aprovação automática de novos sites e adotem sistemas mais céleres para implementação de infraestruturas menores.

Brasil

O Brasil, ao lado do Peru, aparece com a pontuação mais alta (1,9) no ranking de gestão de infraestrutura de telecomunicações entre os países analisados. Segundo o estudo, ambos se destacam por contar com uma normativa que reforça a coordenação nacional e subnacional no licenciamento de implantações de sites, o que reduz consideravelmente as barreiras administrativas.

Além disso, 73% das torres de redes móveis no País são geridas por empresas independentes, o que pode aumentar a taxa de compartilhamento de infraestrutura no território brasileiro. O patamar é bastante superior aos das demais nações da região – em segundo lugar, por exemplo, está o Chile, com 53% das torres nas mãos de empresas neutras.

O relatório ainda indica que o número de infraestruturas para telecomunicações de grande porte no Brasil passará das 68 mil, em 2022, para 79 mil, em 2027. Posteriormente, deve alcançar 88 mil em 2032. Até lá, também se espera a implantação de 170 mil sites 5G de pequeno porte.

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