Algar amplia receitas de serviços, mas tem prejuízo em 2023

Algar registrou prejuízo líquido em 2023, apesar de avançar em receitas (crédito: Freepik)

Depois de anunciar que atrasaria a divulgação das demonstrações financeiras do ano de 2023, a Algar Telecom publicou, nesta sexta-feira, 26, os resultados do ano passado. A operadora registrou prejuízo líquido de R$ 112,9 milhões no quarto trimestre e de R$ 152,8 milhões no consolidado de 12 meses.

Segundo a empresa, os números negativos se devem a um aumento dos custos e despesas operacionais, além de gastos mais elevados com depreciação e amortização.

A Algar indica que teve “despesas pontuais que incidiram” no quarto trimestre (R$ 73 milhões de provisão para perda do ativo imobilizado e R$ 27,4 milhões em iniciativas de estruturação). Com isso, os custos e as despesas avançaram 7,5% em 2023, totalizando R$ 1,7 bilhão.

Os gastos com depreciação e amortização tiveram alta de 10,2%, na comparação com o ano anterior, chegando a R$ 747,2 milhões. A operadora aponta que a cifra foi puxada “pelos investimentos realizados nos últimos anos, sobretudo para a expansão de redes e conexão de clientes B2B e fibra óptica até a casa do cliente varejo (FTTH)”, além do aumento do volume de aluguéis.

Receita

A receita líquida de serviços da Algar totalizou R$ 2,74 bilhões em 2023, alta de 4,5% ante o ano anterior.

O braço B2B, responsável pela maior parte do faturamento, cresceu 2,4%, alcançando R$ 1,87 bilhão. Os produtos de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) foram os destaques, avançando 22,8% no consolidado do ano passado, contrabalanceando as baixas em conectividade (-3,7%) e telefonia móvel (-7,8%). O serviço de voz fixa para o setor corporativo teve alta de 12,4%.

A receita da unidade B2C, por sua vez, cresceu 9,3% no ano passado, somando R$ 876,6 milhões. Os serviços de conectividade e de voz móvel registraram expansão de 15,1% e 2,7%, respectivamente, ao passo que a telefonia fixa teve declínio de 17,7%.

“Conectamos 33,6 mil novos clientes em fibra (+6,5%) ao longo dos últimos doze meses e, com isso, 99,2% dos nossos 556,2 mil clientes residenciais passaram a estar nessa tecnologia, que garante uma melhor experiência no essencial serviço de conexão à internet”, destaca a operadora, em trecho do balanço.

Ainda no B2C, as receitas de “outros serviços”, embora responsáveis por uma parcela menor do faturamento, avançaram 91,9% no ano passado. O impulso foi sentido em serviços de gestão de WiFi, segurança e saúde, indica a empresa.

Ao todo, a Algar terminou 2023 com 805,6 mil acessos de banda larga fixa, alta de 3,2% sobre o registrado ao fim de 2022 (780 mil). Do total do ano passado, 31% (254,5 mil) são conexões B2B. Dessa forma, o varejo representava 69% (556,1 mil) da base de clientes.

EBITDA, investimentos e dívida

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) ficou em R$ 968,3 milhões em 2023, queda anual de 15,4%, em razão “das despesas pontuais” registradas no último trimestre. A margem, que terminou 2022 em 40,9%, caiu para 35,3%.

No ano passado, os investimentos somaram R$ 505 milhões. Os desembolsos para expansão e manutenção da operação foram 12,9% menores do que o total de 2022 (R$ 579,7 milhões). A relação capex operacional/receita líquida foi de 18,4% em 2023 – ou seja, 1,4 ponto percentual superior à registrada em 2022, de 17%.

Segundo o informe financeiro, a Algar destinou R$ 68 milhões para expansão e aprimoramento da rede móvel em 2023, com a intenção de “reforçar a qualidade diante de um maior número de clientes pós-pagos e de um crescente tráfego de dados, além da ampliação da cobertura 5G” – nesta semana, a operadora anunciou planos de 5G FWA.

A Algar terminou 2023 com uma dívida bruta de R$ 3,97 bilhões. Puxado pela emissão de debêntures para projetos de investimento, o endividamento cresceu 17,1% no ano passado. A dívida líquida teve alta anual de 4,2%, ficando em R$ 2,78 bilhões.

Atraso na divulgação do balanço

De acordo com a operadora, a divulgação dos resultados de 2023, prevista para o início de abril, foi postergada para averiguação de lançamentos e baixas no ativo imobilizado. O adiamento decorreu de uma denúncia protocolada no canal de ética da companhia.

“Durante as análises, foram identificados itens de aplicação mista, para os quais há análise e julgamento, podendo ser classificados tanto como capex quanto como opex”, explicou a Algar. “Apurou-se que, devido à ausência de integração entre os sistemas contábil e auxiliar e à falha nos controles, R$ 15 milhões haviam sido capitalizados indevidamente em 2023, ao invés de terem sido contabilizados como opex”, acrescentou.

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