Depois de ter se tornado uma associação no ano passado, o Conectar Agro está se preparando para receber novos membros. Para o presidente, Gregory Riordan, a chegada de novos associados ajuda a cumprir uma das metas da entidade que é a de atrair inteligência e agregar esforços para ajudar a disseminar a cultura da Agricultura 4.0 no país e tornar o agronegócio mais competitivo tanto no mercado interno quanto internacionalmente.
O executivo evita adiantar o novo dos novos membros. Mas há muitas especulações no mercado de que há grande interesse de cooperativas agrícolas participarem desse projeto. Apesar de parte dos hectares cobertos pelo Conectar Agro já envolverem um bom número de pequenas e médias propriedades, o mundo cooperativo poderia ajudar ainda mais a levar a conectividade para produtores de fazendas de menor porte, que também é uma das metas da associação.
A proposta da entidade é bem clara, ajudar o produtor rural na busca de soluções de conectividade mais adequadas para seu perfil ,mas sem realizar vendas diretas. Apesar da liberdade de escolha do tipo de conexão dada aos produtores que a procuram, como tem entre seus associados uma operadora de telecomunicações, a TIM, e um fornecedor de plataformas de comunicação, a Nokia, é mais fácil estabelecer os elos entre as pontas dessa cadeia e o fazendeiro. Além do acesso, os produtores também podem procurar a associação para descobrirem tudo que é possível fazer em suas lavouras a partir do momento que eles passam a ter acesso à internet e soluções digitais. Entre outras coisas, monitorar em tempo real temas como umidade do solo, condições climáticas, necessidade de manutenção das máquinas e equipamentos, controle de pragas e outros benefícios com impacto sobre produtividade, economia de custos e sustentabilidade.
O esforço da Conectar Agro tem trazido resultado positivos. Ela somou 6 milhões de hectares cobertos apenas com a tecnologia 4G pura. “Se incluirmos o NB-IoT, com acesso a sensores pelo campo, esse número pode dobrar”, avaliou Riordan. A meta até o final do ano é de proporcionar 13 milhões de hectares cobertos com acesso à Internet. Para o executivo, há ainda efeitos positivos, como levar a conexão a pequenas cidades e comunidades rurais. “Uma comunidade conectada permite que as pessoas tenham mais acesso a serviços públicos, educação, capacitação e mais qualidade de vida”, ressaltou. Esse cenário também é favorável à fixação dos jovens no campo, evitando assim a alta migração para áreas urbanas e ajudando na capacitação.
Ainda no formato consórcio, o Conectar Agro tomou uma decisão de trabalhar apenas com soluções na faixa de 700 MH. Entre os motivos para essa escolha está a cobertura móvel 4G nesse espectro disponível em muitas regiões, a possibilidade de gerar mais escala e cobertura mais ampla, e a utilização dos mesmos dispositivos que estão presentes nas cidades. Mas o executivo reconhece que o mercado trabalha também com outras frequências, como a 450 MHz, e em breve terá disponível um novo espectro com o leilão 5G.
Riordan está otimista com a chegada da plataforma 5G e acredita que terá também grande utilização na agropecuária. Mas ele comemora também o fato de que o edital prevê a cobertura de estradas o que vai se refletir também em propriedades rurais. “Ao lado das rodovias sempre há uma lavoura, o que vai complementar o esforço de cobertura˜, afirmou.
O Conectar Agro foi criado a partir do interesse de oito empresas do aumento de conectividade no campo. Além da TIM e Nokia, também participam a CNH Industrial, da área de máquinas e equipamentos agrícolas que opera as marcas Case IH e New Holland, a AGCO, que reúne as marcas Massey Ferguson, Valtra e Fendt, a Jacto, além das empresas de soluções tecnológicas para o campo como a Climate FieldView, do grupo Bayer, a Solinftec e a Trimble.
O executivo falou hoje durante o AGROtic 2021, evento promovido pelo Telesíntese em parceria com a Esalqtec.
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