Apesar de responder por uma parcela significativa do PIB (Produto Interno Bruto) e ter necessidade de conectividade para se beneficiar da Agricultura 4.0, o agronegócios não lidera a lista dos setores que mais utilizam as conexões de Internet das Coisas. Os mercados financeiros e de rastreamento ainda respondem pela maior parcela dos cerca de 29 milhões de equipamentos conectados à rede celular. Mas essa é uma realidade que poderá mudar em breve quando toda a área de IoT expandir de seis a sete vezes conforme projeções de especialistas.
Esse cenário foi explicado por Taíze Wessner, CEO da Virtueyes, especializada na gestão da conectividade para dispositivos IoT. Ela explicou que muitos projetos podem sofrer um delay justamente quando surgem problemas para conectar os diversos tipos de sensores exigidos por seus projetos. Com sede em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, a empresa tem 12 anos de experiência e atua em diversos setores além de responder pelo desempenho logístico de SIM Card M2M/ IoT.
“O Brasil ainda está em estágio inicial no uso de IoT em comparação com outros mercados, principalmente o asiático”, completou Israel Peixoto, CTO da V.Eye, que tem uma plataforma para gerenciar a conectividade dos SIM Cards. Mas, na avaliação do executivo, o mercado agro já dá sinais de uma rápida recuperação nessa área, que foram intensificados este ano. Nesse movimento, ele inclui o edital 5 G que promete levar conexão para 8 mil localidades que não estão conectadas. Também citou como exemplo a queda no preço dos sensores IoT o que deve ser um grande facilitador para a massificação da Internet das Coisas no país. Para ele, quando desenvolvem um projeto as startups precisam se focar na aplicação e não se preocupar com a questão do acesso às redes.
A Raks Tecnologia Agrícola, que desenvolveu um sistema inteligente para controle da irrigação, é um exemplo de como a conectividade pode interferir em um projeto. Segundo Fabiane Kuhn, CEO da empresa, toda a gestão, manejo e auditoria da irrigação estavam baseados nos dispositivos no campo que em conjunto com os dados climáticos permitiam uma visualização completa do solo, clima e como estava sendo feita a irrigação.
Para esse projeto, a Raks desenvolveu sensores de umidade na tecnologia TDR que precisava enviar as informações para as empresas e para os produtores. A proposta era utilizar uma rede Lora em cima de um protocolo desenvolvido para rodar em uma rede Mash. Os dados seriam enviados para uma central que dependia do Wi-Fi. Ëssa foi a primeira barreira, nós resolvíamos a dor do agricultor mas quando ele não tinha Wi-Fi não conseguia visualizar.
Com apoio da Virtueyes, a empresa passou a enviar dados para redes móveis celular com tecnologias NB IoT e CatM com sensores no campo trabalhando com energia celular. “Agora já estamos com essa etapa pronta tanto para redes celulares quanto satélites e hoje temos informação do solo, do clima e dos pivôs de irrigação˜, afirmou. E com a irrigação inteligente, há também um ganho também no controle do uso de energia elétrica, um dos grandes gargalos no custo agrícola.
O controle energético foi uma das preocupações de Alexandre Winck, CEO da Allexo Tecnologia, ao tentar levar sua solução dessa área para o mercado agropecuário. Ele tem a solução para monitorar remotamente a energia em cliente permitindo que em tempo real possa se obter o perfil do consumo e permitir setorização dessa gestão. “A energia é um dos insumos fundamentais e precisamos olhar do ponto de vista de fontes renováveis, como sistemas fotovoltaicos e eólicos”, ressaltou. Ele lembrou que as linhas de energia no agro começam a ficar escassas e há tecnologia que permite o uso dessas fontes renováveis o que pode contribuir muito para obter ganhos nesse processo.
Mas, em função das distâncias com que se opera no campo, Winck enfrentou dificuldades para garantir essa disponibilidade em tempo real por conta do gerenciamento da conectividade. Foi esse o motivo que o levou a se aproximar da Virtueyes para obter uma solução que lhe permitisse a obtenção dos dados. A Allexo atua em vários mercados e conta com a plataforma omniViewer, que permite conectar dispositivos inteligentes de controle e automação a uma base de dados gerencial. “Nós conseguimos sair do projeto para o agro e ganhar escala”, finalizou o executivo.
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