No cenário corporativo contemporâneo, a transparência e a governança responsável não são apenas palavras de ordem, mas pilares fundamentais que sustentam empresas verdadeiramente inovadoras e humanas. Quando uma organização abre suas portas e deixa a luz entrar, ela revela um compromisso genuíno não apenas com resultados financeiros, mas com as pessoas que fazem parte de sua jornada.
De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), o Brasil possui a maior taxa de rotatividade do mundo: 51,3%.
O mercado de trabalho brasileiro enfrenta uma transformação significativa, com um número recorde de demissões voluntárias.Uma análise da LCA Consultores, apontou que em 2024 quase 8,5 milhões de trabalhadores optaram por deixar seus empregos. Esse fenômeno evidencia o desafio da busca por atrair e reter talentos qualificados.
Segundo o Panorama Gestão de Pessoas Brasil (Sólides – 2024), mais de 90% dos profissionais concordam que o desenvolvimento e retenção de funcionários são de responsabilidade de todos os gestores, e não apenas da área de Recursos Humanos.
Por isso, a gestão ou governança deve ser entendida como pilar essencial na construção de ambientes profissionais seguros e acolhedores. Afinal, quem escolheria permanecer conscientemente em um lugar sem perspectiva de evolução ou crescimento?
Isto envolve toda a estrutura corporativa, de líderes diretos, gestores e decisores.
Além disso, a inclusão de pessoas com deficiência e outros grupos minorizados torna-se essencial para construir equipes diversificadas e inovadoras. Empresas que adotam práticas de governança transparente e responsável criam ambientes onde todos os colaboradores se sentem valorizados e engajados. A diversidade não só enriquece a cultura organizacional, mas também amplia a capacidade de entender e atender a um mercado cada vez mais plural.
Portanto, ao implementar estratégias que alinham benefícios atrativos com princípios sólidos de inclusão e transparência, as organizações fortalecem sua posição no mercado. Elas não apenas retêm talentos, mas também fomentam uma cultura de respeito e colaboração que impulsiona a inovação e o sucesso a longo prazo.
A retenção de talentos é como cultivar um jardim: requer cuidado, atenção e um ambiente propício para que cada planta floresça em seu máximo potencial. Profissionais talentosos hoje buscam mais do que um emprego; eles anseiam por propósito, pertencimento e a certeza de que estão contribuindo para algo maior. É aqui que a transparência se torna crucial. Ao comunicar de forma aberta suas práticas, valores e objetivos, as empresas constroem confiança e fortalecem vínculos com seus colaboradores.
A diversidade é o combustível da criatividade e uma estratégia inteligente de negócio. Cada indivíduo traz consigo uma bagagem única de experiências e perspectivas que enriquecem o ambiente de trabalho. Quando a governança é responsável e alinhada com princípios inclusivos, todos sentem que têm voz e vez.
Vamos imaginar a empresa como um mosaico colorido. Cada peça, com suas formas e cores distintas, é essencial para completar a imagem. Se faltam peças ou se algumas são negligenciadas, o quadro fica incompleto. Da mesma forma, sem a inclusão ativa de todos os grupos, perdemos oportunidades de inovação e crescimento.
A implementação de práticas transparentes também significa estabelecer políticas claras de progressão na carreira, remuneração justa e ambientes acessíveis. Isso elimina barreiras invisíveis que muitas vezes impedem que talentos diversos alcancem seu pleno potencial. Além disso, promove um sentimento de equidade e justiça que é fundamental para a satisfação e fidelização dos funcionários.
Empresas que abraçam essas práticas não apenas retêm talentos, mas também atraem novos profissionais que desejam fazer parte de uma cultura autêntica e inclusiva. Isso se reflete em produtividade, qualidade dos produtos ou serviços e uma imagem positiva no mercado.
Em um mundo cada vez mais conectado e consciente, a transparência e a governança responsável são mais do que tendências; são imperativos. Ao colocar as pessoas no centro das estratégias e valorizar a diversidade em todas as suas formas, as organizações não apenas prosperam, mas também contribuem para uma sociedade mais justa e equitativa.
Ao derrubar paredes e construir pontes, criamos espaços onde todos podem brilhar e onde o sucesso é compartilhado por todos.
Amanda Lyra, especialista em diversidade e inclusão.
