A transformação digital é uma realidade que redefine o mercado de trabalho em um ritmo sem precedentes. Tecnologias como Inteligência Artificial (IA) e big data não apenas otimizam processos, mas também desafiam modelos tradicionais de trabalho.
Dados do Fórum Econômico Mundial indicam que, até 2030, cerca de 22% dos postos de trabalho serão impactados pela criação ou readequação de cargos. Isso significa que tanto empresas quanto profissionais precisarão repensar suas estratégias para manter a relevância.
Setores que operam com grandes volumes de informações, como financeiro, atendimento ao cliente e gestão de projetos, já experimentam mudanças significativas. O crescimento da demanda por especialistas em big data, desenvolvedores de software e profissionais com conhecimentos em criação de modelos de inteligência artificial evidencia essa transformação. Ao mesmo tempo, áreas ligadas à transição verde e à energia renovável emergem como novas fronteiras de crescimento.
É importante ressaltar que, apesar de essenciais, a revolução digital não será movida apenas de novas ferramentas, mas de novas habilidades. O Fórum Econômico Mundial projeta que, até 2030, 39% das competências atuais estarão obsoletas ou precisarão ser atualizadas.
Essa realidade já se reflete no comportamento dos trabalhadores: em 2023, o estudo apontou que 50% buscaram requalificação profissional – um aumento, em relação aos 41% registrados no ano anterior. Paralelamente, muitas empresas reavaliam suas operações, com 40% delas prevendo a redução de quadro em atividades passíveis de automação.
Nesse cenário, vejo a adaptação como a competência mais valiosa. Mais do que conhecimento técnico, a capacidade de aprender continuamente, ser flexível e desenvolver pensamento analítico será o diferencial para prosperar nesse novo cenário. A resiliência – tão mencionada nos últimos anos – tornou-se um requisito essencial, assim como a criatividade na resolução de problemas.
Não há um manual definitivo para navegar por essas mudanças, mas há um princípio claro: a inovação precisa estar atrelada ao fator humano. Empresas que investirem no desenvolvimento de seus profissionais e criarem ambientes que incentivem a aprendizagem contínua estarão melhor posicionadas para enfrentar essa nova era. Acredito que o futuro do trabalho não terá foco apenas na tecnologia, mas será sobre a capacidade de evoluir junto com ela.
Fabiano Carvalho, especialista em Transformação Digital e CEO da Ikhon.