A fabricante Boston Dynamics, especializada na criação de robôs que realizam tarefas humanas e se movimentam de forma realista, ainda não está satisfeita com o próprio trabalho. Nesta quarta-feira (4), ela anunciou uma parceria com um antigo aliado para melhorar ainda mais o Atlas, o modelo humanoide da empresa.

A companhia vai se juntar ao Robotics & AI Institute, um laboratório de inteligência artificial que tem como gerente executivo Marc Raibert. O pesquisador e engenheiro é o fundador da própria Boston Dynamics e foi CEO dela de 1992 até 2019. A Boston Dynamics foi vendida para a montadora sul-coreana Hyundai em 2021 e o próprio Robotics & AI Institute recebe financiamentos da companhia.

• Saiba mais: Cobots: o que são os robôs colaborativos?

O objetivo da parceria é criar uma estratégia de aprendizado para o Atlas que permita uma melhoria significativa no comportamento e na movimentação do robô. A ideia é usar a metodologia do aprendizado por reforço, em que máquinas tomam decisões e vão melhorando o próprio desempenho a partir de tentativa e erro, assim como acontece com os humanos.

Caso dê certo, o plano fará com que o Atlas tenha melhor transição de simulações para testes reais, capacidade aprimorada de manipular objetos usando as mãos, incluindo maçanetas e alavancas, e consiga interagir com outros elementos de um cenário usando todo o corpo, como em corridas ou para mover itens pesados.

O futuro do Atlas

A atual versão do Atlas é a segunda geração de robôs humanoides da Boston Dynamics com esse nome. A variante atual foi apresentada em 2024 e é totalmente elétrica, conta com um formato de corpo mais realista e é possui movimentos mais complexos pelas articulações mecânicas — o que também torna a sua operação bem mais difícil.

Recentemente, o Atlas recebeu também uma ajuda da Toyota, que vai fornecer sistemas de IA ao robô para melhorar a sua capacidade de processamento de comandos. Enquanto isso, há anos o modelo viraliza nas rede sociais ao fazer movimentos rápidos e precisos de ginástica e movimentação.

É provável que o objetivo da fabricante seja otimizar o Atlas a ponto de ele virar um produto comercial. Esse foi o caminho do Spot, o cão-robô da Boston Dynamics, que já é usado em indústrias variadas e até na segurança de eventos.