Ao observar o céu noturno, podemos visualizar uma infinidade de corpos celestes, como estrelas, luas e planetas distantes. Apesar de suas muitas diferenças, a maioria dos objetos cósmicos no espaço compartilha uma característica em comum: o formato arredondado. Afinal, por que quase todos os objetos no espaço são redondos?
A Terra é um planeta com formato quase globular, assim como muitos outros, incluindo todos do Sistema Solar e exoplanetas observados por telescópios espaciais. O mesmo ocorre com diversas luas e até com as estrelas que brilham no céu. Contudo, asteroides e cometas são exemplos de corpos celestes que não possuem essa mesma forma.
Apesar das enormes diferenças de tamanho, o formato arredondado é uma característica que acontece em todo o universo. Segundo astrônomos e outros especialistas no tema, isso ocorre principalmente devido à influência da gravidade sobre a massa desses corpos celestes.
“A gravidade é a força que nos mantém no planeta, puxando-nos com intensidade em direção ao seu centro. Ela exerce um efeito semelhante sobre tudo o que flutua no cosmos, desde que tenha um tamanho suficiente. Todos os objetos no universo estão sujeitos à sua própria força gravitacional. Essa é uma das forças fundamentais do nosso universo”, a Agência Espacial Europeia (ESA) explica em uma publicação oficial.
A gravidade é tão poderosa que exerce uma força constante sobre montanhas, como o Monte Fuji e o Everes. Caso atinjam alturas extremas, o peso da própria montanha pode causar erosão e desmoronamento; assim, a gravidade impõe um limite para a altura da montanha.
Apesar do formato arredondado desses objetos, a maioria não é perfeitamente esférica. Vamos usar a Terra como exemplo: ao analisarem seu formato, cientistas descobriram que ela é um esferoide oblato, ou seja, é ligeiramente achatada nos polos devido à força centrífuga gerada por sua rotação.
Esse não é um fenômeno exclusivo do nosso planeta — todos os oito corpos do Sistema Solar apresentam essa característica. O Sol, por sua vez, é quase uma esfera perfeita, mas ainda possui um leve achatamento, praticamente imperceptível.
Por que a maioria dos corpos celestes é redondo?
Primeiro, precisamos destacar que a maioria dos objetos no espaço não é exatamente redondo. Assim como a Terra, eles apresentam um formato quase esférico com os pólos achatados. Em grandes escalas, essa diferença é quase imperceptível, tanto que quando observamos o formato da Terra ou de outros corpos celestes por meio de sondas e telescópios espaciais, eles parecem perfeitamente redondas.
Os planetas, luas e estrelas não possuem formatos como pirâmides ou cubos porque a gravidade atrai sua massa em direção ao centro. Sua própria gravidade supera a rigidez do material e força esse formato arredondado, um fenômeno conhecido como equilíbrio hidrostático.
A rotação também causa um leve achatamento nos polos, por isso do formato esferoide oblato em vez de uma esfera perfeita. Não é à toa que objetos pequenos, como asteroides e cometas, não possuem gravidade suficiente para deixá-los com essa aparência — essas rochas costumam ter formatos irregulares.
A ideia é que apenas um formato esferoidal permite que cada ponto da superfície de um planeta, lua ou estrela esteja a uma distância equilibrada do centro. Isso explica por que nenhuma região da Terra é significativamente mais ‘puxada’ pela gravidade, pois essa força age de maneira uniforme em todas as direções.
Se a gravidade atuasse apenas em algumas direções específicas, por exemplo, a Terra poderia ter um formato mais irregular, como um poliedro. Mas sabemos que isso não acontece, pois a gravidade sempre age em direção ao centro de massa, que resulta em uma forma arredondada.
“A gravidade de um planeta puxa igualmente de todos os lados. A gravidade puxa do centro para as bordas como os raios de uma roda de bicicleta. Isso faz com que o formato geral de um planeta seja uma esfera, que é um círculo tridimensional”, a NASA explica em um comunicado oficial.
Para que um objeto celeste adquira um formato esferoidal, ele precisa ter uma quantidade mínima de massa. Porém, ele também depende da composição do material.
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Para exemplificar, podemos comparar objetos rochosos com outros compostos inteiramente de ferro. Enquanto os rochosos podem atingir essa forma com menos gravidade, aqueles formados por ferro puro precisariam de uma massa muito maior para que a gravidade superasse sua rigidez.
Por isso, asteroides menores não apresentam forma arredondada, pois sua gravidade não é suficiente para superar a resistência do material.
Como um objeto fica arredondado?
Quando o Big Bang ocorreu há cerca de 13,8 bilhões de anos, ele deu origem ao Universo, preenchido por partículas fundamentais. Com o tempo, essas partículas formaram os primeiros átomos de hidrogênio e hélio, que se agruparam em nuvens gigantescas. A gravidade fez com que essas nuvens colapsassem, formando as primeiras estrelas.
Em uma dessas nuvens, o Sol nasceu, cercado por um disco de gás e poeira. Foi justamente nesse disco que partículas colidiram e se fundiram para formar os primeiros planetesimais, que gradualmente continuaram crescendo — planetesimais são como ‘planetas bebês’.
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Conforme esses planetesimais continuavam a acumular massa, a gravidade fez com que eles apresentassem esse a forma arredondada. Foi esse processo que resultou na formação dos oito planetas e de milhares de outros corpos celestes do Sistema Solar.
A gravidade é responsável por fenômenos que moldaram o universo, uma influência que possibilitou desde a forma dos planetas até o movimento das galáxias. Quer saber mais? Entenda como Newton realmente chegou à ideia da gravidade. Até a próxima!
