**Por Andréa Migliori
Um relatório da Gallup do ano passado, com dados de empresas do mundo inteiro, revelou um número surpreendente: 8.9 trilhões de dólares são perdidos pelo mercado por conta do baixo engajamento de profissionais de todas as áreas. Esse valor equivale a nada menos que 9% do PIB global. Se isso não chama sua atenção para o nível de engajamento da sua equipe, não sei o que mais chamaria.
De acordo com o estudo, no geral, apenas 23% das pessoas estão engajadas em seus empregos. Essa é uma porcentagem preocupante — o que condiz com a perda financeira trilionária estimada pela pesquisa. E se a situação parece ruim agora, acredite ou não, já foi pior: em 2009, eram apenas 12%.
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Por um lado, é ótimo que as coisas estejam mudando. Por outro, a velocidade da mudança é extremamente baixa, especialmente em uma era tão acelerada como a que vivemos hoje. Não dá para esperar que os times se engajem sozinhos quando a competitividade é tão alta, tanto em relação ao público quanto na busca pelos melhores talentos.
Na verdade, o relatório também aponta para outro dado relevante sobre turnover: 52% das pessoas entrevistadas afirmaram estar de olho ou ativamente procurando por novos empregos.
Não é difícil relacionar essas métricas. Um baixo engajamento se traduz em pouca produtividade e, frequentemente, baixos níveis de bem-estar entre trabalhadores. Afinal, é o entusiasmo que faz com que as pessoas engajem, e é preciso que elas tenham razão para se animar e apreciar o que fazem todos os dias. É preciso que as empresas sejam proativas para resolver esse impasse.
Então, o que fazer?
Há uma série de possibilidades de melhoria para o engajamento profissional, e cada negócio pode encontrar resultados ideais em soluções diferentes. Contudo, algumas respostas costumam funcionar muito bem para grande parte do mercado.
A principal é a comunicação interna. É aí que se cria uma conexão verdadeira entre o que é feito e quem faz. Vejo muitas organizações esquecendo a importância de se comunicar com propósito, estratégia e cuidado. Isso vai desde o tipo de mensagem que está sendo passada até a forma como isso acontece. Existe transparência? Estrutura? As pessoas compreendem o que devem fazer, com quem falar, quais são as políticas da empresa, e tantas outras engrenagens do sistema do qual fazem parte?
Existem ferramentas que auxiliam a resolver os pontos de conflito e os problemas estruturais. Também é possível estimular iniciativas que gerem mais interações entre os times, treinar líderes para que saibam desenvolver um ambiente de confiança, e oferecer benefícios que valorizem a presença de cada profissional.
No fim das contas, a palavra-chave volta a ser conexão. Quando sua equipe se sente próxima dos valores do negócio, o engajamento surge naturalmente. Daí, talvez, venha a dificuldade de muitas lideranças em identificar os erros e acertos nessa jornada; a mudança é tão fluida e humana que, sem as pesquisas de avaliação, fica difícil saber o que está fazendo a diferença. Por isso, minha recomendação é que o engajamento seja sempre medido e aprimorado. É uma das estratégias que mais impactam o seu lucro — 8.9 trilhões! — e está na hora de se concentrar nela.
**Andréa Migliori, CEO da Workhub, uma HRTech de soluções para portais corporativos, pioneira no segmento a incorporar inteligência artificial aos seus serviços.
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