A segurança digital deixou de ser um tema restrito às grandes corporações e passou a ser uma preocupação real para empresas de todos os setores. O crescimento acelerado dos ataques cibernéticos, aliado à transformação digital e ao avanço da regulação de proteção de dados, tem impulsionado um novo modelo de proteção que já é amplamente adotado por grandes corporações internacionais: o Bug Bounty.
Enquanto nos Estados Unidos e na Europa o modelo já faz parte das estratégias de cibersegurança das principais empresas de tecnologia, no Brasil, ele ainda é uma novidade. No entanto, esse cenário está começando a mudar com startups que tem ajudado a estruturar esse mercado e aproximar empresas de hackers éticos altamente capacitados.
Uma das iniciativa voltadas para a profissionalização e expansão do mercado de hackers éticos já reúne cerca de 300 especialistas cadastrados em sua plataforma. Esse número poderia ser ainda maior, mas todos os profissionais passam por um rigoroso processo seletivo, garantindo que apenas os mais qualificados tenham acesso aos programas de recompensa por vulnerabilidades.
Muita gente pensa que Bug Bounty é apenas abrir um programa e permitir que qualquer um teste, mas segurança não funciona assim. Os hackers éticos envolvidos nesses programas passam por um rigoroso processo de seleção, garantindo a qualidade dos relatórios e uma proteção real para as empresas.
Bug Bounty: Como Funciona e Por Que Está Crescendo?
O conceito de Bug Bounty tem sido adotado por gigantes como Google, Apple e Microsoft, que oferecem recompensas financeiras para especialistas que identificam vulnerabilidades antes que possam ser exploradas. Em vez de depender exclusivamente de auditorias internas, esse modelo permite que uma rede global de especialistas analise os sistemas de forma contínua e sob diferentes abordagens.
Essa mudança de mentalidade tem sido impulsionada pelo crescimento exponencial das ameaças digitais. Segundo um relatório da Cybersecurity Ventures, os danos financeiros causados por ataques cibernéticos devem atingir US$ 10,5 trilhões até 2025, tornando a cibersegurança uma prioridade para empresas de todos os setores.
Além disso, com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) impondo penalidades severas para violações de segurança, cresce a necessidade de estratégias preventivas que possam mitigar riscos antes que se tornem incidentes críticos.
O Brasil Está Preparado para o Bug Bounty?
Apesar do sucesso internacional, o Bug Bounty ainda é um conceito novo no Brasil. Muitas empresas ainda resistem à ideia de abrir suas plataformas para testes externos, mas essa mentalidade está mudando à medida que os riscos aumentam.
Diante desse cenário, novas iniciativas têm se consolidado como um hub para conectar empresas que buscam testar sua segurança com especialistas capacitados. Diferente das abordagens internacionais, esse modelo foi adaptado à realidade do mercado brasileiro, oferecendo suporte especializado para a estruturação de programas eficientes
Ataíde Junior, Sócio e Fundador da HuntersPay.