A Humane, responsável por um gadget de inteligência artificial (IA) que gerou bastante expectativa no ano passado, foi vendida para a HP. A companhia por trás do AI Pin agora faz parte da empresa norte-americana, em uma negociação de US$ 116 milhões (aproximadamente R$ 660 milhões em conversão direta de moeda) que será concretizada até o fim do mês que vem.
De acordo com o comunicado oficial, a startup deixará de existir oficialmente com a aquisição. Isso porque o interesse da HP não está no primeiro e único produto da marca, mas em absorver as mais de 300 patentes registradas no setor, os funcionários especializados da Humane e plataformas de IA já desenvolvidas, como a Cosmos.
“Este investimento vai acelerar rapidamente a nossa habilidade de desenvolver uma nova geração de dispositivos que orquestra de forma fluída pedidos de IA tanto localmente quanto na nuvem“, disse o presidente de Tecnologia e Inovação da HP, Tuan Tran.
A equipe da Humane vai integrar um novo laboratório, o HP IQ, que será responsável por construir um ecossistema de integração entre produtos da marca. Os cofundadores do projeto, Bethany Bongiorno e Imran Chaudhri, são ex-designers da Apple e também se juntam à equipe da nova dona.
Por que o AI Pin deu errado?
O AI Pin foi apresentado no fim de 2023 como um projeto revolucionário e ousado. O dispositivo poderia ser usado como um bottom ou presilha na roupa e era dotado de várias capacidades de IA, incluindo um assistente pessoal capaz de tirar fotos e fornecer respostas via comandos e voz.
Além disso, o aparelho era capaz de “projetar” conteúdos como se fosse uma tela na mão do usuário ou em outras superfícies lisas, permitindo que você conferisse determinadas informações — como as horas e outras notificações importantes. O modelo no lançamento custou US$ 699 (cerca de R$ 3,5 mil na cotação atual), além de um plano de telefonia mensal de US$ 20 (R$ 102) para uso dos recursos online.
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Porém, a empolgação com o aparelho durou só até as primeiras análises da mídia especializada internacional. O AI Pin foi detonado de forma praticamente unânime por sites e influenciadores digitais, que reclamaram do alto preço cobrado e de várias promessas não cumpridas pelo dispositivo, que passava longe de ser um verdadeiro substituto do celular. O display projeto na mão também foi criticado pela baixa resolução e nitidez, em especial em locais iluminados.
Na metade do ano passado, menos de um mês após o lançamento do produto, a startup já estava em busca de um comprador. O preço especulado na época começava em US$ 750 milhões, muito mais do que o valor pago pela HP pela estrutura da Humane.
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