O cenário macroeconômico mostra-se desafiador a curto prazo. Com a taxa SELIC em elevação e os juros futuros em alta, tomar crédito está mais caro. Para o profissional que atua como gestor de crédito esse panorama financeiro requer mais cuidado, atenção e informação sobre o cliente. Afinal, o risco de inadimplência para as instituições financeiras se intensifica, o que exige critérios mais rigorosos para a concessão.
Mas, olhando o “copo meio cheio”, essa realidade traz também oportunidades. É a partir dos dados que bancos e fintechs podem aprofundar o conhecimento sobre o cliente e oferecer produtos e soluções customizadas e criativas de forma personalizada e aderente à realidade do cliente.
Estabelecer o equilíbrio entre a gestão de riscos e a oferta de crédito para fomentar o crescimento econômico requer inovação e flexibilidade. O uso da inteligência artificial e análise de dados preditiva podem ser grandes aliadas nessa jornada de identificação, personalização de ofertas e mitigação de riscos.
A adoção da inteligência artificial em larga escala impulsiona a estratégia e gestão de risco de crédito para um patamar em que a otimização de processos, a redução dos custos operacionais e a análise mais precisa e personalizada desempenhem um papel vital na relação junto ao cliente, que, aliás, segue cada vez mais exigente.
O processo mais rápido e centrado na necessidade do cliente torna-se também estratégia competitiva. Ao oferecer jornadas sem atritos e decisões instantâneas as instituições redefinem a maneira como os serviços financeiros são entregues, estabelecendo novos padrões de agilidade e eficiência.
A questão do crédito, o uso da tecnologia, a hiperpersonalização e a eficiência operacional não são uma preocupação somente do Brasil. Manter o equilíbrio entre inovação e conformidade regulatória é primordial em todo o mundo. As regulações para o uso da IA avançam em diversos países e as instituições precisam ajustar suas operações para garantir a sustentabilidade em longo prazo.
Para 2025, uma abordagem cada vez mais integrada que consiga enxergar o cliente de forma holística será diferencial competitivo. Combinar tecnologias de ponta à jornada do cliente antecipando-se às necessidades, conhecendo e reconhecendo as vulnerabilidades e condutas positivas de sua relação junto ao sistema financeiro permitirá que a tomada de decisão para crédito, ou qualquer outro produto, ofereça um menor risco e melhore a experiência junto ao cliente.
Investir em dados é conhecimento que se reverte em estratégia e inovação.
Fábio Kruzich, diretor da área de consultoria da FICO América Latina.