Falar de dinheiro é também falar de tecnologia – e vice-versa

Falar de dinheiro é também falar de tecnologia – e vice-versa

A tecnologia tem transformado radicalmente a maneira como lidamos com o dinheiro. Aplicativos de controle financeiro, inteligência artificial e até blockchain prometem maior eficiência, personalização e segurança. Desde quando comecei a me enveredar por essa área, em 2016,  até hoje, houve uma revolução tech, uma verdadeira migração para o online. O que vivenciamos atualmente seria apenas uma especulação no horizonte, uma ideia longínqua e ainda incipiente, há dez anos.

Mas é importante salientar que toda essa modernização, vivenciada desde o pós-pandemia, só beneficia verdadeiramente quem já superou desafios emocionais em relação ao dinheiro. Afinal, não adianta contar com ferramentas avançadas se ainda há dificuldades em encarar as finanças de maneira consciente e estruturada. Não é raro encontrar alguém com medo de olhar sua fatura, entender a fundo seu extrato da conta corrente e de investimento. Reforço muito esse ponto com os meus mentorados: não adianta termos acesso ao que há de mais moderno no mundo externo, se o “hardware” interno precisa ser configurado.

Tendências digitais e seus impactos

Percebo que, nos próximos anos, algumas tendências irão se destacar na gestão financeira digital. O Open Finance, por exemplo, permitirá que diferentes bancos e fintechs compartilhem dados com mais transparência, dando ao usuário maior controle sobre sua vida financeira e também a possibilidade de comparar produtos financeiros, viabilizando uma boa economia. Já a inteligência artificial e o machine learning poderão oferecer análises preditivas e recomendações personalizadas para investimentos e consumo, desde que, é claro, considerem aspectos emocionais, algo estudado pela Economia Comportamental há décadas (o que é meu referencial teórico diário).

Outras inovações incluem a automação de investimentos por meio de robôs advisors, que podem facilitar a alocação de ativos para investidores mais experientes, e a crescente adesão às criptomoedas e DeFi (finanças descentralizadas). No entanto, este último ponto ainda gera preocupação, pois pode alimentar o otimismo excessivo e a busca por ganhos rápidos, colocando em risco a saúde financeira de muitos brasileiros. Em uma nação com mais de 70 milhões de endividados, alguns adventos vão aparecendo e esses precisam ser olhados com cautela. Isto é, novas opções de investimento podem alimentar a crença de ganhar dinheiro rápido – na prática, isso pode não acontecer e, em algumas situações, o endividamento pode até se agravar.

A gamificação também tem ganhado espaço, incentivando hábitos financeiros mais saudáveis de forma lúdica. Aplicativos que oferecem desafios, recompensas e sistemas de pontuação tornam o processo de economizar e investir mais envolvente, criando uma relação mais amigável com o dinheiro.

Ferramentas digitais: aliadas ou inimigas?

Aplicativos de finanças pessoais podem ser extremamente úteis se conseguirem centralizar todas as informações financeiras do usuário: contas bancárias, cartões de crédito, investimentos e dívidas. Funcionalidades como classificação automática de gastos, alertas de pagamento e metas financeiras ajudam a organizar o orçamento e evitar surpresas desagradáveis.

Contudo, é essencial lembrar que a tecnologia não pode substituir a tomada de decisão consciente. A inteligência artificial pode sugerir caminhos, mas quem define as escolhas é o próprio usuário. E, para isso, é fundamental ter conhecimento sobre os conceitos básicos de finanças e evitar a dependência total da automação. A IA e o machine learning não sabem o que é melhor para nós: eles apenas nos dão instrumentos para chegarmos a algum lugar, pré-definido por nós mesmos, de forma mais prática.

Os desafios da segurança digital

A digitalização das finanças trouxe avanços, mas também desafios. A segurança ainda é uma preocupação central – e a maior vulnerabilidade está no comportamento humano. Muitos golpes ainda ocorrem porque compartilhamos senhas, clicamos em links suspeitos ou fornecemos dados financeiros sem a devida verificação. Por isso, é imprescindível adotar medidas como autenticação em duas etapas e uso de plataformas confiáveis.

Além disso, o Open Finance, embora traga benefícios em transparência e concorrência, exige atenção redobrada na escolha de serviços financeiros. A possibilidade de comparar produtos bancários e obter melhores condições é uma vantagem, mas apenas se o usuário souber interpretar e utilizar essas informações a seu favor. E caso não saiba, o melhor caminho é buscar apoio profissional.

Venho observando que a inovação no mundo financeiro avança rapidamente, trazendo oportunidades e desafios – como acontece também nas outras indústrias. Utilizar a tecnologia com equilíbrio, conhecimento e segurança é o melhor caminho para garantir que as finanças estejam sob controle.

Luciana Pavan, idealizadora e fundadora da 90 Segundos de Finanças.

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