Em 2024, o empreendedorismo apresentou um crescimento significativo, segundo dados do Sebrae, foram criadas no Brasil 3,3 milhões de novas empresas. Desse universo, aproximadamente 3,2 milhões eram MEI, micro e pequenas empresas (96% do total de abertura de empresas). Esse avanço reflete as transformações sociais, tecnológicas e ambientais que têm moldado o setor de forma acelerada.
De acordo com o Global Entrepreneurship Monitor (GEM), a taxa de novos negócios deve crescer significativamente até 2025, impulsionada por avanços tecnológicos e uma maior conscientização sobre sustentabilidade. Além disso, um estudo recente, realizado pelo Centro de Inteligência em Médias Empresas da Fundação Dom Cabral (FDC), destaca que o cenário macroeconômico global e brasileiro para 2025 projeta uma recuperação estável, com expansão do PIB em 2,5%, o que cria um ambiente ainda mais favorável para o empreendedorismo. Nesse contexto, surgem tendências que prometem moldar o futuro das iniciativas empreendedoras no Brasil e no mundo, alinhando inovação, impacto social e competitividade.
1 Economia verde e negócios sustentáveis
Com o desenvolvimento das discussões sobre mudanças climáticas e ESG (ambiental, social e governança), os empreendedores estão cada vez mais direcionados a criar soluções que impactem positivamente o planeta. Negócios sustentáveis, que integram práticas ecológicas, serão destaque, seja no uso de matérias-primas recicláveis ou na oferta de produtos que promovam a economia circular. Essa tendência ganha ainda mais força com dados da consultoria e auditoria EY, que revelam que 99% dos investidores utilizam divulgações ESG para decidir se investem ou não em uma companhia. Empreendedores que adotarem esse modelo terão uma vantagem competitiva, especialmente diante da pressão de consumidores e investidores por mais responsabilidade ambiental.
- Transformação digital e inteligência artificial
A inovação tecnológica continua como um dos pilares mais relevantes para o empreendedorismo. Em 2025, a adoção de ferramentas como inteligência artificial (IA) e machine learning será imprescindível para empresas de todos os portes. Desde a automação de processos operacionais até a personalização na experiência do cliente, essas ferramentas ajudam a reduzir custos, aumentar a eficiência e entregar soluções inovadoras. Para os pequenos empreendedores, plataformas acessíveis de IA democratizarão o acesso à tecnologia de ponta.
- Inclusão e diversidade como estratégia de negócios
A valorização da diversidade e inclusão será um diferencial estratégico. Empresas que promovem ambientes inclusivos, com equipes diversas, tendem a ser mais inovadoras e atraentes para talentos e investidores. Além disso, há um movimento crescente de apoio a empreendedores de minorias, como mulheres, pessoas negras, LGBTQIA+ e empreendedores das periferias.
- Educação empreendedora
A busca por conhecimento será contínua. O conceito de lifelong learning — aprendizado ao longo da vida — se tornará central para os empreendedores que buscam se manter atualizados em um mercado competitivo e em constante evolução.
Programas de capacitação em habilidades digitais, marketing e gestão de negócios serão cada vez mais procurados, com destaque para soluções acessíveis oferecidas em plataformas online e híbridas.
- Empreendedorismo regional e de impacto social
O fortalecimento de negócios voltados para demandas regionais será uma tendência clara. Startups e pequenos negócios que atendem comunidades locais com soluções personalizadas, ao mesmo tempo que geram impacto social positivo, terão um papel essencial no crescimento econômico sustentável. Empreendedores focados em impacto social, em particular, ganharão mais espaço, oferecendo soluções que vão desde a saúde e educação até a inclusão financeira.
De acordo com uma pesquisa da Ipsos, o consumo na América Latina crescerá, mas será mais seletivo, com os consumidores priorizando empresas que demonstrem compromisso com práticas sustentáveis e responsabilidade social. Portanto, o próximo ano será marcado pela interseção de inovação, responsabilidade social e tecnologia, no qual os empreendedores que conseguirem alinhar suas iniciativas a essas tendências estarão não apenas acompanhando o mercado, mas liderando as transformações que moldarão o futuro dos negócios.
Renan Vieira, diretor-presidente da Ade Sampa.
