Drex: o real do futuro ou só mais uma moeda na praça?

Drex: o real do futuro ou só mais uma moeda na praça?

Nos últimos cinco anos, o Banco Central (BC) deu andamento a uma intensa agenda de inovação no Brasil, começando pelo Pix, criado em 2020, passando pelo Open Finance, implementado em 2021, até chegar ao Drex, que deve entrar em vigor neste ano. O Open Finance e o Pix, sobretudo este último, foram rapidamente incorporados no dia a dia da população e se tornaram cases de sucesso. Mas e o Drex, será mais uma experiência bem-sucedida ou apenas mais um projeto?

O Drex é a versão digital do real, uma Moeda Digital de Banco Central (CBDC, na sigla em inglês), desenvolvida e regulamentada pelo BC. Diferentemente de criptomoedas como o Bitcoin, que operam de forma descentralizada, o Drex é centralizado, emitido e monitorado pelo governo. Sua implementação segue um modelo escalonado e controlado, visando garantir segurança e eficiência nas transações financeiras.

A promessa do Drex vai além da simples digitalização da moeda. Segundo o Banco Central, essa inovação tem potencial para gerar um impacto ainda maior do que o Pix, ao permitir transferências instantâneas e seguras, reduzir custos operacionais e eliminar intermediários. O uso de tecnologia blockchain garante rastreabilidade e transparência, tornando as transações mais confiáveis e menos suscetíveis a fraudes.

A integração do Drex com o mercado financeiro também traz grandes oportunidades. A tokenização de ativos, por exemplo, permitirá que transações como a compra e venda de imóveis ou veículos sejam automatizadas e seguras. Imagine adquirir um carro sem a necessidade de intermediação bancária: o valor só é liberado ao vendedor quando a transferência de titularidade é confirmada, reduzindo riscos e aumentando a segurança para ambas as partes.

Apesar das vantagens, o Drex enfrenta desafios significativos. Um dos principais é a necessidade de criar casos de uso que demonstrem seu valor real para a população. Diferente do Pix, que teve uma adoção rápida devido à sua praticidade e gratuidade, o Drex precisará conquistar a confiança do mercado por meio de soluções que efetivamente simplifiquem transações e tragam benefícios tangíveis.

Outro desafio crucial é a segurança. Por se tratar de uma moeda digital emitida pelo governo e baseada em tecnologia blockchain, é essencial garantir que fraudes, invasões e vulnerabilidades tecnológicas sejam minimizadas. 

Nesses pontos, os laboratórios experimentais de reguladores como Bacen e CVM têm desempenhado um papel fundamental, permitindo testes rigorosos antes da expansão definitiva da moeda.

A desinformação também é um entrave. Muitos ainda não compreendem como o Drex funciona e quais são seus diferenciais. Para garantir uma adoção ampla, o Banco Central precisará investir em educação financeira e campanhas de conscientização, como ocorreu com o Pix, que inicialmente enfrentou resistência, mas rapidamente se tornou essencial no dia a dia dos brasileiros.

A implementação do Drex representa um salto significativo na modernização do sistema financeiro nacional, com potencial para transformar profundamente transações e automatizar processos que hoje dependem de intermediários tradicionais, como cartórios e registros públicos. Se bem estruturado e amplamente adotado, pode colocar o Brasil na vanguarda global dos pagamentos digitais.

O Pix revolucionou os pagamentos instantâneos e abriu caminho para novas inovações. Agora, é a vez do Drex provar seu valor e consolidar sua relevância no futuro financeiro do país.

Danilo Porto, sócio da QI Tech.

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