Como o avanço da IA deve impulsionar os investimentos em cibersegurança nos próximos anos

Como o avanço da IA deve impulsionar os investimentos em cibersegurança nos próximos anos

Na edição de 2025 do tradicional estudo anual do Gartner, que identifica as dez principais tendências tecnológicas em voga, os analistas da consultoria procuraram elencar ferramentas que, ao longo dos próximos anos, serão capazes de contribuir para que organizações superem obstáculos de produtividade, segurança e inovação identificados por CIOs e demais lideranças de TI. Nesse sentido, as tendências listadas foram divididas em três grandes grupos temáticos, sendo o primeiro deles intitulado “Imperativos e riscos da IA”.

Esse conjunto inclui três tendências tecnológicas que, segundo o Gartner, devem impulsionar as empresas a investir, principalmente, em recursos de proteção e cibersegurança. A primeira delas é a chamada Agentic AI, mais conhecida no Brasil como IA autônoma, que se destaca por sua capacidade de planejar e desempenhar ações, com vistas ao cumprimento de metas previamente definidas pelo usuário.

Entre as vantagens comerciais apresentadas pela ferramenta, a pesquisa destaca o auxílio da força de trabalho virtual representada pelos agentes de IA, que pode reduzir o volume de tarefas realizadas tanto por seres humanos quanto por aplicativos convencionais, cujas funcionalidades e frentes de atuação podem ser ampliadas e até mesmo redirecionadas para atividades menos operacionais e mais estratégicas.

Por outro lado, esse avanço na aplicação da IA autônoma exigirá a adoção de recursos de proteção cada vez mais robustos, a fim de assegurar um bom alinhamento entre o desempenho da ferramenta e as intenções e objetivos estipulados pelos provedores e usuários.

A segunda tendência mencionada pelo Gartner, ainda nesse contexto, são as plataformas de governança de IA, que devem permitir às organizações gerenciar o desempenho jurídico, ético e operacional de suas aplicações e sistemas baseados em inteligência artificial. Graças a essas soluções, as empresas poderão impor o cumprimento de políticas que assegurem o uso consciente e responsável da IA, favorecendo a transparência e conferindo maior confiabilidade às suas operações.

De acordo com os analistas da consultoria, no entanto, o principal desafio que se impõe, quando se fala na implantação massiva dessas plataformas de governança, é o fato de que as diretrizes e quadros regulatórios de uso da IA ainda são muito incertos e variáveis, a depender da região geográfica e do setor de atividade econômica. Com isso, a definição de práticas coesas torna-se complexa, em especial no caso de conglomerados multinacionais, com variadas frentes de atuação e filiais espalhadas por diferentes áreas do globo.

A terceira tendência relacionada aos imperativos e riscos advindos da IA é a segurança contra a desinformação. Segundo o Gartner, está incluída nesse tópico toda uma gama de tecnologias emergentes voltadas para o discernimento sistemático da confiança em ambientes virtuais.

Entre as vantagens oferecidas por essa categoria de novos recursos em ascensão, merecem destaque: a redução de fraudes, por meio do fortalecimento de controles para validação de identidade; a identificação permanente de riscos, impedindo que contas sejam invadidas e controladas indevidamente; a contextualização de um modelo de confiança e proteção adaptável e contínuo; e a proteção de marcas e pessoas publicamente expostas, seja a partir da identificação de narrativas falsas e difamatórias ou, ainda, da detecção de conteúdos audiovisuais inverídicos, como deep fakes e adulterações de voz e imagem.

Ainda nesse sentido, a principal demanda que se coloca, quando se fala no desenvolvimento de iniciativas contra a desinformação, é o estabelecimento de uma cultura de aprendizagem coletiva que seja, ao mesmo tempo, adaptável, multifacetada e continuamente atualizada. Tudo isso a fim de coibir, de maneira abrangente e eficaz, eventuais práticas danosas, que possam contribuir para a disseminação de discursos inadequados e inverídicos.

Em suma, pode-se dizer que uma das prioridades a ser adotada pelas organizações ao longo dos próximos anos é o alinhamento entre os novos recursos resultantes do avanço da IA e uma robusta infraestrutura de cibersegurança, capaz de manter os negócios competitivos e em constante progressão. E isso sem renunciar à proteção de dados e informações e a uma política de prevenção contra o uso antiético da IA para fins ilícitos e ataques coordenados.

Só assim, por meio da combinação do uso de tecnologias de ponta e de uma cultura organizacional pautada pela segurança cibernética, será possível mitigar riscos e enfrentar as ameaças que têm se multiplicado nos ambientes virtuais, ao mesmo tempo em que se usufrui das vantagens comerciais que a aplicação da inteligência artificial pode oferecer nos dias de hoje.

Marcelo Bernardino, CEO da Indra e da Minsait no Brasil.

Tags

Compartilhe

SVA na Pratica mais Valor mais Receita para o seu Provedor - CDNTV
SEGURANÇA OU DISPONIBILIDADE ? O QUE TORNA UMA INTERNET SEGURA ?
SWITCH RAISECOM na ARSITEC para PROVEDORES - CAST DOS LOUCOS
NUVEM X COLOCATION - Qual vale mais a pena com a Asap Telecom
ERROS DE SEGURANÇA QUE PODEM CUSTAR CARO NO SEU PROVEDOR EM 2025 com @Ayubio
LANÇAMENTO VIVENSIS NETWORK
A Internet ta cara ?
Monte seu Provedor em 2025 fácil fácil
PREPARE O SEU PROVEDOR PARA 2025 - CDNTV
Ajudou um provedor a sair do 0 a 1 Milhão de assinantes - Ederson Teixeira