A transformação digital não é mais uma tendência, mas uma necessidade para cidades modernas. Redes elétricas inteligentes e iluminação pública conectadas são peças-chave dessa revolução, e a inteligência artificial tem acelerado esse avanço de forma inédita.
O conceito dessa ideia conversa diretamente com a administração de recursos básicos que tornam um município moderno e funcional para seus habitantes. Nesse sentido, ativos fundamentais, como essas redes de energia e iluminação, necessitam de uma visão detalhada e de um planejamento criterioso para que haja constantes melhorias na utilização dos espaços públicos, impulsionando o crescimento como um todo, não apenas das grandes capitais, mas também de cidades menores.
Nesse contexto, a modernização da iluminação pública tem ganhado destaque. Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira das Concessionárias de Iluminação Pública (ABCIP) e pela consultoria EY indica que as Parcerias Público-Privadas (PPPs) para iluminação pública iriam triplicar até 2024. Afinal, o sistema de iluminação pública pode ser considerado um candidato promissor para a incorporação de novas tecnologias às cidades inteligentes, como, por exemplo, a inteligência artificial.
No entanto, apesar do potencial de inovação, a realidade mostra que a instalação e o gerenciamento de redes de iluminação pública ainda carecem de equipamentos de última geração. A distribuição de energia elétrica também, sendo que, até pouco tempo, era majoritariamente unidirecional, sem capacidade de prever picos de consumo ou falhas na rede, resultando, muitas vezes, em interrupções imprevisíveis e prejudiciais a hospitais, escolas e serviços essenciais. Esse tipo de lacuna pode impactar a rotina das pessoas, seja na saúde, lazer ou comércio, além de evidenciar desigualdades sociais.
Outro desafio associado a esse modelo tradicional era o alto custo operacional. A falta de monitoramento em tempo real levava a desperdícios e ao aumento dos custos de geração e distribuição, o que tornava tudo ainda mais difícil. Também devemos lembrar o fato de que para realizar as manutenções, esse tipo de fornecimento depende quase 100% de inspeções manuais, com reações que poderiam levar dias ou até mesmo semanas.
Com isso, empresas de tecnologia encontram potencial abrangente para os negócios, utilizando inovações em ferramentas de IA para aquecer o mercado e modernizar o serviço. A medição inteligente por meio de IA e a análise de imagens, por exemplo, surgem como uma alternativa eficiente e econômica em comparação aos métodos tradicionais. Soluções que permitem uma gestão mais precisa e em tempo real do consumo energético facilitam a identificação de falhas e otimizam recursos.
Estamos falando de abordagens especialmente vantajosas para municípios que buscam modernizar sua infraestrutura sem os altos custos, fortalecendo o desenvolvimento urbano.
Além disso, a identificação de vegetação próxima à rede elétrica pode ser outro diferencial para cidades que querem ser inteligentes e que focam na prevenção de problemas como quedas de árvores e postes. Acontecimentos como esses, assim como sabemos, podem causar interrupções no fornecimento de energia, bem como acidentes e outros prejuízos. Com esses recursos tecnológicos em mãos, é possível promover ações preventivas e garantir a continuidade dos serviços essenciais.
Com plataformas No Code, esses setores tornam acessível o processo de inovação para as cidades na administração dessas novas tecnologias, o que traz otimização de tempo, redução de desperdício de recursos público e naturais, entre outras vantagens. Ou seja, gestores que não se atualizarem nesse sentido ou não desenvolverem planejamentos para modernização e sustentabilidade das cidades inteligentes ficarão para trás, afinal, a IA está cada vez mais presente no nosso dia a dia, seja como consumidor ou cidadão.
André Sih, Founder & Managing Partner da Fu2re.