Canto das baleias jubarte segue princípios da linguagem humana; entenda

Canto das baleias jubarte segue princípios da linguagem humana; entenda

Se você sonha em um dia conversar com uma baleia, saiba que há alguma esperança no horizonte. Pelo menos de falar com as baleias jubarte, de acordo com uma pesquisa recente.

Um novo estudo descobriu que as vocalizações de certas espécies de baleias estão de acordo com alguns princípios presentes na linguagem humana. Entre as que mais repetem esses padrões, estão as jubarte.

As descobertas sobre o canto das baleias

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O canto das baleias jubarte tem sido estudado já muito tempo. (Fonte: GettyImages / Reprodução)

Uma pesquisa desenvolvida pelo cientista da computação Mason Youngblood, especialista em ciência da computação e estudioso da comunicação entre animais, tornou-se a primeira grande investigação sobre a eficiência linguística da comunicação entre baleias. O estudo envolveu 610 mil elementos vocais emitidos por 16 espécies e agrupados em 24 estudos diferentes.

Os achados desta pesquisa foram então comparados diretamente a elementos das linguagens humanas. Descobriu-se então que 11 das 16 espécies de baleia emitiam vocalizações que aderem à lei de Menzerath, também conhecida como lei de Menzerath-Altmann. 

Trata-se de uma lei linguística segundo a qual o aumento do tamanho de uma construção linguística resulta na diminuição do tamanho de seus constituintes, e vice-versa. Na prática, isso significa, por exemplo, que quanto mais longa for uma frase (medida em termos do número de orações), mais curtas serão as orações (medidas em termos do número de palavras).

Curiosamente, em algumas das espécies analisadas, a lei de Menzerath se manifestava de forma ainda mais forte do que é observado em vocalizações realizadas em linguagem humana. Isso pode indicar que as baleias podem apresentar alguns tipos de comunicação mais eficientes que os nossos.

Já nas baleias jubarte, foi observada uma presença mais forte da lei de Zipf, uma regra matemática que descreve a frequência com que as palavras aparecem dentro de uma língua. Trata-se de uma abordagem que avalia a distribuição de frequências de palavras em línguas naturais. Ela foi formulada pelo linguista George Zipf na década de 1930, que, ao analisar textos, observou que a frequência das palavras seguia um padrão específico. Isso o fez desenvolver uma ideia de que a linguagem humana possui uma estrutura subjacente que pode ser quantificada.

Essas duas leis são importantes dentro dos estudos da linguagem, pois focam na eficiência dentro da língua falada. Enquanto a lei de Menzerath foca na forma como palavras ou vocalizações mais longas são mais eficientes se compostas de elementos mais curtos (como sílabas ou notas), a lei de Zipf afirma que elementos comuns e mais curtos são usados ??com mais frequência em linguagem eficiente do que os mais longos e raros.

A lei de Zipf, especificamente, foi notada apenas nas baleias-azuis e nas jubarte. A jubarte, em especial, se tornou conhecida justamente pelo seu canto. Essas baleias têm a capacidade de mudar seus sinais vocais depois de entrar em contato com os sinais vocais de outros indivíduos.

Qual a importância dessas descobertas?

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Acredita-se que a nova descoberta nos fará entender melhor a evolução da comunicação das baleias. (Fonte: GettyImages / Reprodução)

Os especialistas envolvidos no estudo acreditam que as baleias jubarte passaram por uma “evolução” que contribuiu para que seu canto se tornasse mais complexo e eficiente. Suas “canções” podem ter se espalhado entre as baleias pelo Oceano Pacífico por terem começado mais simples e ficado mais detalhadas à medida que eram difundidas.

Isso assemelha a comunicação das baleias à dos humanos, que também evoluiu (e evolui) em prol de uma maior eficiência. “Este processo pode desempenhar um grande papel na força das leis linguísticas nas canções jubarte, porque os ganhos de complexidade são frequentemente combinados com ganhos de eficiência – se você torna algo mais difícil de cantar e aprender, então você precisa cortar custos em outras áreas, como o tempo geral de vocalização”, afirmou Youngblood, em entrevista ao portal IFLScience.

Ele diz que o estudo pode apontar a uma conclusão instigante: a de que a comunicação tende a evoluir de forma semelhante entre as diferentes espécies. “Acredita-se que as baleias jubarte e da Groenlândia cantam para atrair parceiros, as orcas e os golfinhos vocalizam para coordenar o comportamento durante a caça e outras atividades, e os cachalotes transmitem informações sobre afiliações de clãs. Apesar destas diferenças de função, as sequências de comunicação destes animais parecem ter evoluído para aumentar a eficiência ao longo do tempo, tal como nas línguas humanas”, arrematou.

A frequência observada pela lei de Zipf, por exemplo, já foi utilizada para analisar a comunicação dos bebês humanos. Por isso, essas descobertas sinalizam a possibilidade de que a transmissão cultural de um comportamento, tal como são as formas de linguagem, pode repetir estruturas semelhantes entre diferentes animais.

Ou seja, temos muito mais em comum com as baleias do que poderíamos imaginar — e talvez estejamos bem perto de entender o que “dizem” as jubarte.

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