Resumo
- A Amazon pagará US$ 3,95 milhões (R$ 22,8 milhões) em multa por reter gorjetas de entregadores do Amazon Flex.
- O Distrito de Columbia processou a empresa em 2022, alegando violação dos direitos dos consumidores ao desviar valores destinados aos motoristas.
- Em 2021, após investigação da Comissão Federal de Comércio (FTC), a Amazon reembolsou US$ 60 milhões (R$ 346,4 milhões) aos entregadores afetados.
- Segundo o procurador-geral do Distrito de Columbia, seria injusto que a empresa apenas devolvesse o dinheiro sem enfrentar consequências maiores.
A Amazon firmou um acordo judicial e pagará uma multa de US$ 3,95 milhões (R$ 22,8 milhões) no caso de roubo de gorjetas de entregadores. O processo foi aberto em 2022 pelo Distrito de Columbia, nos Estados Unidos, por considerar que a big tech violou direitos dos consumidores. O serviço dizia que 100% das gorjetas iam para os motoristas do Amazon Flex, mas a empresa ficou com mais de US$ 60 milhões (R$ 346,4 milhões) desses pagamentos.
O Amazon Flex é uma espécie de “Uber da Amazon” para realizar entregas. Os US$ 60 milhões considerados roubados foram pagos para os entregadores em 2021 após uma investigação da Comissão Federal de Comércio (FTC, em inglês). Ao invés de passar todo o valor para os motoristas, a Amazon usava em torno de um terço da gorjeta para pagar o valor base do frete.
Brian l. Schwalb, procurador-geral do Distrito de Columbia, onde o processo foi aberto, inclui na sua decisão que a Amazon também terá que divulgar como as gorjetas são usadas. Em 2019, a empresa já estava pagando integralmente as gorjetas aos motoristas.
O que é o caso da Amazon roubando gorjetas?
Em 2019, foi revelado que a Amazon (assim como algumas outras companhias de entrega nos EUA) engava consumidores e entregadores ao afirmar que 100% das gorjetas iriam para os motoristas. O caso gerou uma ação da FTC, fazendo com que a big tech devolvesse os valores retidos (ou roubados).
Contudo, a FTC não tem competência para tomar medidas relacionadas a violação de direito dos consumidores e dos trabalhadores. Pouco depois da resolução do caso, o então procurador-geral do Distrito de Columbia, Karl Racine, abriu um processo contra a Amazon pela prática ilegal.
Racine declarou na abertura da ação que a prática da empresa enganava consumidores para aumentar seu próprio lucro, prejudicando não só esses consumidores como também os motoristas e concorrentes que realizavam o pagamento integral das gorjetas.
O procurador defendeu que era injusto que a Amazon apenas devolvesse os valores e saísse do caso sem consequências significativas. A big tech, apesar de fechar um acordo, discorda das alegações de Racine, e afirma que não cometeu irregularidades ao informar os clientes sobre o pagamento de gorjetas.
Com informações de The Verge (1, 2 e 3)
Amazon vai pagar R$ 22 milhões por roubar gorjetas de entregadores