O degelo da Groenlândia não está apenas acelerando a elevação do nível do mar – ele também está redesenhando a geopolítica do Ártico. Com o derretimento do gelo, novas rotas marítimas estão surgindo, encurtando caminhos entre América, Europa e Ásia e despertando o interesse de potências como os EUA e a China na região.
Porém, esse derretimento está acelerando – e as rachaduras no gelo são um dos motivos. Um novo estudo mostra que as fendas na camada de gelo da região estão se alargando mais rápido do que o previsto, permitindo que grandes volumes de água derretida cheguem até a base dos glaciares, lubrificando o gelo e acelerando seu deslocamento para o oceano.
Os impactos são alarmantes. A Groenlândia já libera anualmente cerca de 1.000 gigatoneladas de água doce – o equivalente ao fluxo do Rio Amazonas – e, se todo o gelo da região derreter, o nível do mar pode subir até 7 metros. Modelos climáticos apontam que, apenas neste século, a camada de gelo da Groenlândia pode contribuir com até um metro na elevação dos oceanos. Para regiões costeiras vulneráveis, esse cenário significa terras submersas e milhões de pessoas deslocadas.