Uma próxima revolução tecnológica, que podemos entender como ferramentas e sistemas de operação capazes de modificar ou melhorar nosso cotidiano, como foi o caso da disponibilização da Inteligência Artificial Generativa e do popular PIX, não está longe de ocorrer, tornando este novo ano uma base importante para o que presenciaremos nos próximos dois ou três anos.

A partir de agora, o avanço tecnológico se volta, mais do que nunca, para a valorização da qualidade de vida e praticidade, promovendo ecossistemas capazes de equilibrar eficiência e bem-estar.

Para cooperar com esta nova demanda, veremos o uso de agentes de IA com modelos de linguagem de grande escala (LLMs) para automatizar tarefas mais complexas.

De forma resumida, os sistemas das organizações passarão a contar com múltiplos agentes (tecnológicos), onde o principal repassará a tarefa para uma inteligência especializada em, por exemplo, sinistros. O processo fará com que tenhamos sistemas ágeis e com um menor número de erros.

Essa inteligência, assim como a computação espacial, será mais uma resposta ao que os especialistas chamam de “a era do burnout digital”, impulsionada pela Geração Z, que reconfigura o cenário de consumo de tecnologia e conteúdo. Segundo relatório de tendências da Deloitte, veremos a promoção de um ecossistema imersivo, permitindo que humanos e máquinas convivam de forma harmônica e sem atritos.

A partir deste ponto, a tecnologia funcionará, acima de tudo, como facilitadora para promover momentos mais genuínos e offline; a geração Alpha deve dar sequência a este comportamento, amparada ainda por pais que viverão mais.

No setor de seguros, em particular, veremos a automação das operações de cotação, venda e sinistro, mirando em experiências cada vez mais ágeis, dando espaço para o corretor, um dos principais agentes do setor, focar no relacionamento e compreensão das necessidades de cada cliente.

As seguradoras precisarão ainda investir em infraestruturas tecnológicas modernas para proteger informações e garantir a conformidade com a LGPD. A transparência será chave, exigindo que o consentimento dos consumidores seja claramente obtido e que seus dados sejam utilizados com ética – o que, por razões óbvias, é um sistema obrigatório para todos os modelos de negócio de sucesso e sujeitos a complexos e meticulosos processos de compliance.

Para atender os questionamentos de sustentabilidade, como as questões climáticas que estarão cada vez mais no centro dos debates, o setor de inovação também deverá equilibrar sistemas robustos e modelos de linguagem menores, como o SLM, reduzindo o consumo de recursos e atendendo às demandas com precisão.

Estas três iniciativas, unidas, darão combustível para um desafio particular do setor: conscientizar o uso de produtos para o planejamento financeiro e familiar, aliando a tecnologia a promoção de qualidade de vida.

De maneira geral, ao olhar para o horizonte de 2025, vejo um ano que refletirá nossos compromissos com uma natureza cíclica e se comprometerá com soluções sustentáveis e humanas, moldando um mundo onde progresso e bem-estar coexistem de maneira equilibrada.

José Loureiro, Diretor de Inovação, Digital e Dados do Grupo Bradesco Seguros.