A adoção de multiclouds e ambientes híbridos, ou seja, a combinação de nuvens privadas, múltiplas nuvens públicas e sistemas on premises, oferece flexibilidade, escalabilidade e personalização nos ambientes de Data Center, cenário que vem crescendo rapidamente no Brasil.
De acordo com o Gartner, em âmbito mundial, 81% das empresas já fazem uso de múltiplas nuvens para guardar dados sensíveis de seus negócios. E, em nível nacional, uma pesquisa da IBM revelou que 83% dos líderes empresariais e de TI, já adotaram uma abordagem de nuvem híbrida para impulsionar a transformação digital.
Contudo, quando avaliamos o cenário atual, é comum as empresas enfrentarem desafios como a descentralização de dados, complexidade de integração, altos custos de transferência e dificuldade em obter uma visão consolidada de gastos com os serviços realizados. Além disso, muitas companhias, ao focarem excessivamente em indicadores de sucesso, como lançamento de produtos e aplicações, ampliação geográfica, aumento de receitas ou da base de clientes, podem negligenciar a disciplina financeira necessária para controlar e otimizar os gastos na nuvem, o que pode resultar em surpresas no final do mês.
Nesse ponto, a aplicação do conceito FinOps (Financial Operations), orientada pelo framework do FinOps.org, ou seja, o gerenciamento financeiro da nuvem, especialmente em estruturas multicloud, tem se destacado como um recurso essencial principalmente por promover maior controle, eficiência e alinhamento com as metas de negócios, mantendo a visibilidade sobre os investimentos destinados à nuvem. O framework de FinOps vai além da simples redução de custos ao visar maximizar o valor de investimentos em serviços de nuvem pública, combinando otimização de custos com qualidade operacional no ambiente de TI. Mas sua implementação eficaz requer a colaboração integrada entre as equipes de finanças, operações e desenvolvimento, promovendo uma visão estratégica e abrangente dos custos.
Quando analisados os resultados entregues pelas práticas de FinOps, é possível obter resultados positivos em relação a pontos como visibilidade, transparência, governança, controle, automatização de custos e colaboração entre equipes, além de recursos de monitoramento e otimização contínua.
Esses são atributos essenciais às empresas que migraram para o universo da nuvem e todos esses recursos podem ser alcançados quando a implementação envolve um provedor de tecnologia qualificado, que será responsável por impulsionar a prática de FinOps por meio de profissionais capacitados e com o uso de ferramentas avançadas de monitoramento, promovendo, assim, o uso eficiente dos recursos.
O processo nasce de uma análise inicial dos gastos, definindo claramente os indicadores e métricas importantes para a organização, seguido da implementação de dashboards detalhados para acompanhamento de custos e do uso de ferramentas de automação e de monitoramento contínuo para rastrear o consumo de recursos e identificar ineficiências, até a criação de alertas orçamentários e previsões de consumo, tornando a prática ainda mais completa e eficaz na vertical de TI das empresas.
O FinOps se tornou uma alavanca para o crescimento sustentável no ambiente de nuvem, transformando a gestão de custos em um diferencial competitivo crucial para empresas no Brasil.
Adriana Duarte, gerente de produtos na SONDA Brasil.