Mais de 200 sites fraudulentos criados para aplicar golpes relacionados à campanha “Doe Arena Corinthians” foram retirados do ar pela ZenoX, startup do Grupo Dfense, conforme anunciou a empresa de segurança cibernética nesta semana. Pelo menos outras 60 URLs falsas também estão sendo monitoradas.
Segundo o hub de cibersegurança, o trabalho de monitoramento, coleta, processamento e análise dos dados na internet, deep e dark web teve o auxílio de inteligência artificial. A tecnologia reduziu em 90% a janela de exposição aos riscos e o tempo para realizar tais tarefas, além de diminuir os falsos positivos, resultando em 97% de assertividade.
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“Certificar a cibersegurança em grandes ações públicas como essa vai além de evitar prejuízos em dinheiro; trata-se de proteger pessoas apaixonadas, que estão unidas em prol de uma causa e merecem tranquilidade para navegar no mundo digital”, comentou o CEO da ZenoX, Gabriel Paiva, ressaltando a relevância emocional da ação.
Lançada pela torcida organizada Gaviões da Fiel, com autorização do Corinthians e da Caixa Econômica Federal, a campanha objetiva arrecadar cerca de R$ 700 milhões para quitar a dívida do clube associada ao financiamento da Neo Química Arena. Até agora, as doações via Pix somam mais de R$ 29 milhões, segundo o site oficial.
Como funcionavam os golpes?

Apresentando design praticamente idêntico ao do site oficial da ação, as páginas falsas podiam enganar facilmente os doadores. Nelas, os golpistas pediam Pix em nome do Corinthians e até prometiam emitir o mesmo certificado dado aos torcedores que contribuem com a campanha legítima, segundo a startup.
Para atrair um número ainda maior de vítimas, alguns dos sites fraudulentos informavam que os doadores poderiam ganhar prêmios como boné e camisa autografados e ingressos para setores VIP do estádio, dependendo da quantia transferida. No entanto, a ação verdadeira não inclui essas contrapartidas.

Nas páginas retiradas do ar também haviam opções de valores a serem doados para a escolha do internauta, algumas variando de R$ 10 a R$ 2.000, enquanto outras mostravam alternativas entre R$ 15 e R$ 1.000. Já o site oficial tem as opções de R$ 10, R$ 20, R$ 50 e R$ 100, além de permitir informar qualquer valor a partir de R$ 10.
Um total de 363 sites fraudulentos foram identificados pela ZenoX, dos quais 264 foram derrubados, até o momento. Há, ainda, outras 32 páginas pendentes de remoção e 67 com o endereço registrado, mas sem adicionar conteúdos, por enquanto, de acordo com a empresa de cibersegurança. Não se sabe quanto os golpistas arrecadaram.
Cuidados para não cair em golpes

Os sites suspeitos foram identificados após a estreia da Vaquinha do Corinthians usando endereços falsos para enganar os torcedores e desviar recursos. Assim, as pessoas interessadas em contribuir com a ação precisam tomar alguns cuidados para evitar fraudes.
A principal medida é conferir se está acessando o site oficial da campanha Doe Arena Corinthians, no endereço https://www.doearenacorinthians.com.br/. Para não cair em páginas falsas, recomenda-se digitar a URL diretamente no navegador, em vez de clicar em links suspeitos.

Além da verificação da URL, Paiva sugere usar ferramentas adicionais como antivírus, autenticação em duas etapas (2FA) e atualizar o dispositivo. Conforme o executivo, isso ajuda a bloquear links maliciosos, dificultar acessos não autorizados e a proteger contra outras ameaças digitais.
Caso tenha caído em golpe relacionado à Vaquinha do Corinthians, a vítima deve informar ao banco sobre transações não autorizadas e solicitar o bloqueio do cartão e da conta comprometida. O especialista recomenda, ainda, registrar boletim de ocorrência e procurar os órgãos competentes, relatando o roubo de dados.