Com o terraplanismo, a discussão sobre o formato da Terra voltou a ser um debate entre a comunidade científica e os adeptos de teorias da conspiração. Um dos motivos para isso é a percepção humana, já que não conseguimos observar a curvatura do planeta a olho nu.
Mesmo com inúmeras evidências científicas que confirmam a forma quase esférica da Terra, algumas pessoas ainda acreditam que vivemos em um mundo completamente plano.
Se você estiver em um campo aberto e vazio, tudo ao redor aparentemente parecerá uma imensa linha reta, sem qualquer sinal de curvatura à primeira vista. O termo ‘aparentemente’ é usado justamente para destacar que essa impressão é apenas superficial.
Na realidade, a curvatura da Terra existe, mas não é visível da sua perspectiva no solo — o cenário seria diferente se a observação fosse feita do espaço.
Apesar do assunto parecer atual, o debate sobre o formato do planeta é muito antigo e foi esclarecido há séculos. Existem diversos dados matemáticos e experimentos científicos que comprovam a curvatura do nosso planeta.
Há aproximadamente 200 anos antes de Cristo, o matemático e astrônomo grego Eratóstenes de Cirene realizou um experimento que confirmou a circunferência da Terra.
Ou seja, antes mesmo do calendário moderno, algumas pessoas já tinham o entendimento de que o planeta possuía um formato esférico. Nesse teste, Eratóstenes observou o Sol e mediu os ângulos das sombras para calcular a circunferência da Terra.
O experimento de Eratóstenes foi extremamente importante, pois marcou a primeira vez que um cientista utilizou métodos empíricos e matemáticos para calcular a circunferência do planeta. Mas antes disso, pensadores como Pitágoras e Aristóteles já haviam sugerido essa possibilidade.
Por que não conseguimos ver a curvatura da Terra?
A resposta mais simples para explicar por que não conseguimos observar a curvatura da Terra, mesmo sabendo que ela tem um formato quase esférico, está na perspectiva. É o melhor argumento contra a Terra plana.
A possibilidade de observar a circunferência do planeta depende exclusivamente do local em que você está. Por exemplo, se você estiver na Estação Espacial Internacional (ISS), como os astronautas, será possível ver claramente que a Terra é arredondada.
No nível da superfície terrestre, é impossível ver a curvatura devido ao tamanho do planeta e à limitação do campo de visão dos olhos humanos.
Imagine que você está no início de um túnel hipotético entre o Brasil e a Europa, e durante todo o percurso há uma longa e sútil curva. Da sua perspectiva, tudo o que perceberá será uma linha reta, sem saber que ao longo do túnel existe uma curva. Da mesma forma, você não consegue enxergar a curvatura do planeta.
Nesse caso, é uma limitação da perspectiva humana, mas há outro ‘problema’ que explica por que não é possível fazer essa observação: a escala do planeta e a sutileza da curva é o que tornam essa visão realmente impossível.
Mesmo que você subisse ao topo mais alto da Terra, o Monte Everest, não conseguiria observar nada além de um horizonte formado por montanhas cobertas de gelo. Para ver a curvatura da Terra com seus próprios olhos, seria necessário voar a aproximadamente 10 quilômetros acima da superfície terrestre.
Como ver a curvatura da Terra?
Quando estamos no solo, sem nada bloqueando nossa visão, conseguimos enxergar uma linha reta por aproximadamente 4,8 km. Essa distância não é suficiente para perceber a curvatura da Terra, mas a partir dessa altitude acima de 10 km da superfície, ela começa a se tornar visível. Para enxergar a circunferência completa, seria necessário estar no espaço.
É importante destacar que a Terra não tem um formato perfeitamente esférico, pois é levemente achatada nos polos e mais larga no equador. Esse formato é causado pelo efeito centrífuga gerado pela rotação do planeta.
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“Os seres humanos sabem há muito tempo que a Terra é curva; no entanto, esse conhecimento nem sempre foi amplamente difundido entre pessoas que não tinham acesso à educação formal. Ao longo dos milênios, algumas pessoas acreditaram que o mundo era plano, baseando-se apenas em suas próprias observações enquanto estavam em sua superfície e olhavam para o horizonte”, a enciclopédia Britannica descreve.
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