A Porsche já está comercializando a nova geração do Panamera, seu sedan-coupé que mistura luxo e esportividade em uma embalagem bastante incomum – veja os detalhes aqui. Ele traz novidades em todos os sentidos, incluindo recursos inéditos que são revolucionários.
Para conhecer um dos principais dentre esses recursos, o TecMundo foi até Mogi Guaçu, interior do estado de São Paulo, para experimentar o novo Panamera no autódromo Velocitta. Mas qual é o sentido de testar um sedan, de pegada obrigatoriamente mais familiar, em uma pista fechada? É o que você vai descobrir nos parágrafos a seguir.
Física? Gravidade? Nunca ouvi falar…
Mogi Guaçu/SP – embora a terceira geração do Panamera traga novidades em todos os aspectos, a Porsche quis voltar as atenções de todos ao novo sistema de suspensão do sedan-coupé, chamado de Porsche Active Ride. Trata-se de um equipamento opcional que custa R$57.494 e que revoluciona (sem exageros) a dinâmica do automóvel.
Já que o impacto dinâmico é tão grande, não há lugar melhor do que um autódromo para conferir o funcionamento do sistema na prática. A marca preparou uma bateria de testes com seis carros: três com a suspensão a ar convencional e três com a Porsche Active Ride, justamente para percebermos a diferença que a novidade proporciona.
A olho nu, a única forma de saber se um Panamera qualquer está equipado com o novo sistema é abrir qualquer uma das quatro portas; ao fazer isso, o carro se ergue quase que instantaneamente para melhorar o embarque e desembarque dos ocupantes. Ao fechar de todas as portas, o veículo retoma sua altura originalmente escolhida pelo condutor.
O Porsche Active Ride é um mecanismo bastante complexo, portanto, nosso foco será no comportamento geral e a diferença que o equipamento faz. Nossa primeira volta foi com uma das unidades sem o item e, como era de se esperar, há bastante rolagem de carroceria nas curvas mais ousadas. O corpo, é claro, acompanha a dança sem qualquer cerimônia.
Todo esse “baile” se deve principalmente ao peso do novo Panamera. Vale lembrar que sua mecânica agora é do tipo PHEV, híbrida plug-in, totalizando até 544cv e 76,4kgfm na versão de topo 4S. Isso faz com que seja um carro pesado por conta da bateria que alimenta a motorização elétrica: nada menos do que 2.255kg.
Terminada a volta no exemplar sem a suspensão ativa, é hora de experimentar uma das unidades com o item. Logo de cara, mesmo nas acelerações em linha reta, a suspensão já está atuando para compensar as inclinações naturais da carroceria nesses momentos; é como se o Panamera quisesse brigar com as leis naturais e essa fosse sua principal arma.
Entenda: o Panamera não passa insegurança na pista, contudo, a coisa muda completamente de figura quando se experimenta o sedan-coupé com o Porsche Active Ride. Toda a “dança das cadeiras” que o corpo dos ocupantes executaria nas curvas chega a praticamente desaparecer: a sensação é de que as curvas estão sendo feitas sem inclinação nenhuma.
Mesmo nas curvas mais fechadas onde o Panamera sem a suspensão ativa cantava pneus e jogava nossos corpos contra as portas, o alemão com o recurso as contornava como se estivesse em um passeio no parque. Quase toda a rolagem de carroceria é anulada, causando até uma certa estranheza pelo carro não inclinar como se espera.
É bom lembrar que toda essa suspensão trabalha aliada ao conjunto elétrico que também movimenta o Panamera e, por isso, o motorista precisa estar no modo de condução Hybrid para testar as suas funcionalidades ao máximo. Também é bom manter as reações leves ao volante para conseguir sentir a diferença drástica que o sistema ativo faz.
Além de deixar o sedan-coupé afiadíssimo nas curvas, o Porsche Active Ride compensa inclinações da carroceria nas acelerações e frenagens, isola irregularidades do asfalto como buracos e desníveis, distribui a dinâmica de carga em cada roda e, por fim, ajusta dinamicamente a altura da carroceria em relação ao solo.
No final das contas saímos impressionados com tudo o que a suspensão Porsche Active Ride pode fazer. O que não nos agradou tanto foi o desempenho na rampa que deveria mostrar o isolamento dos desníveis da pista: esperávamos mais mediante o uso do termo “isolamento”, porém, é nítido que a suspensão ativa, no mínimo, amenizou os impactos.
Gostou e quer um? Prepare-se para desembolsar a partir de R$803.000 iniciais + os R$57.494 do Porsche Active Ride. Vale a pena? Se você gosta de brincar e está comprando um Panamera por isso, a resposta é SIM. Se, porém, seu uso for majoritariamente urbano, não há necessidade de levar o item: a suspensão original é mais do que suficiente para você.