A Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas da Federação Brasileira dos Bancos Febraban) trouxe uma nova revisão positiva da projeção de crescimento da carteira de crédito para este ano, passando de uma alta esperada de 10,3% em agosto para 10,6% em setembro. Para a pesquisa, a Febraban ouviu 20 bancos entre os dias 24 e 30 de setembro.
De acordo com a entidade, essa alta na expectativa dos bancos quanto à carteira de crédito pode ser explicada pelos números positivos observados no mercado de crédito, puxados pelo aumento da renda das famílias, índices de inadimplência mais contidos e queda dos juros praticados.
Mais sensível às condições da economia, a carteira de recursos livres foi responsável pela revisão positiva. Nessa modalidade, os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros a serem cobradas. Segundo o levantamento, a expansão esperada para essa carteira subiu de 9,5% na pesquisa anterior para 9,9%. Houve alterações tanto para as empresas (+8,2% ante +7,4%) como para as famílias (+11,3% ante +11,0%).
Por outro lado, o levantamento aponta que houve um leve recuo na projeção de crescimento da carteira de crédito com recursos direcionados, isto é, o crédito com regras definidas pelo governo com destino, por exemplo, ao financiamento habitacional. A expectativa dos bancos passou de 12,1% para 11,9%.
O crédito direcionado destinado às famílias permaneceu com alta de 11,6%, mas aquele destinado às empresas apresentou oscilação de 12,6% em agosto para 12,1% em setembro. Segundo a Febraban, entre as causas estão as indicações de que os programas criados para o auxílio ao Rio Grande do Sul têm tido um desempenho abaixo do esperado.
“A pesquisa voltou a captar um sentimento positivo em relação ao mercado de crédito, cujas expectativas voltaram a se elevar, diante de um nível de atividade surpreendente, mesmo agora com um novo ciclo de aperto monetário”, avalia Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban. “A sensação é que, se a elevação dos juros não for tão forte e ficar dentro das expectativas, é possível que o efeito sobre o mercado de crédito em 2025 não seja tão intenso, provocando apenas uma desaceleração marginal”, complementa Sardenberg.
O levantamento captou também uma leve melhora na projeção para a alta do crédito no próximo ano, cuja expectativa para a carteira total subiu de 8,9% para 9,1%. A revisão foi observada tanto na carteira com recursos livres (de 8,6% para 8,9%), como na de recursos direcionados (de 9,6% para 10,3%). (Com informações da Febraban)