Por mais que a Inteligência Artificial (IA) esteja atrelada na cabeça das pessoas somente em ferramentas como ChatGPT, Gemini e Copilot, a verdade é que ela está em muitas outras coisas hoje em dia. Peças de computador como GPUs e CPUs estão dentre os componentes que já levam IA, por exemplo.
Mas apesar desta disponibilidade quase geral da IA, o fato é que os brasileiros devem demorar para conhecer todo o potencial desta tecnologia nos hardwares. Dentre os motivos, estão os altos preços dos chips para computador.
“Eu não acredito que hoje o público brasileiro esteja maduro o suficiente para consumir [componentes de computador com] Inteligência Artificial plenamente, como produtos com 45 e 50 TOPS [trilhões de operações por segundo], já que eles são produtos caros”, defende Patrícia Lenny, Gerente de Vendas de GPU e LOEM na AMD Brasil, em entrevista ao TecMundo durante a Brasil Game Show (BGS) 2024.
A AMD está pelo terceiro ano consecutivo na Brasil Game Show (BGS). (Imagem: Thayna Cruz/TecMundo)
A executiva explica que por ser o mercado brasileiro muito orientado a preço, ou seja, as pessoas levam em consideração sempre o valor mais competitivo e que caiba no bolso, ainda há muito para se avançar em termos de vendas de peças topo de linha de PC.
Por outro lado, Lenny diz que o mundo corporativo já está, sim, investindo em equipamentos para ganho de produtividade.
O divisor de águas
Artur Oliveira, que é gerente de Vendas e Distribuição de CPUs da AMD Brasil, concordou com o cenário traçado pela colega, mas levantou um ponto de discussão. Para ele, o cenário brasileiro receberá em breve um divisor de águas que são os computadores Windows Copilot Plus.
Anunciados em maio, os PCs têm IA nativa no hardware, incluindo Unidades de Processamento Neural (NPU, em inglês). Os computadores terão peças não somente da AMD, mas também da Intel e Qualcomm.
“[O Windows Copilot Plus] vai rodar aplicações de IA localmente e não vai precisar estar plugado na nuvem. É a mesma coisa de hoje um usuário que tem um AMD 8700G ou 8600G que está usando alguns recursos de IA e que não precisa se preocupar, já que ele não vai comprometer o desempenho da máquina”, argumentou Oliveira.
O executivo afirma que mesmo que os hardwares potentes – chamados comercialmente de high-end – de IA ainda não sejam tão populares, é preciso lembrar que a IA está em basicamente tudo e que a popularização de GPUs e CPUs do tipo vai acontecer naturalmente.
Ele faz questão de lembrar também que o usuário precisa pensar que muitas aplicações já rodam em máquinas sem NPU.
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“Às vezes o usuário imagina que vai ter que jogar a máquina dele no lixo e comprar outra nova, senão ele vai ser desplugado do mundo. E não é necessariamente assim. Quando ele for fazer a compra, ele teria que parar e pensar, ‘pô, se eu já consigo comprar um processador que já tem algo relacionado a IA, por que eu vou comprar um que não [tem]?’”, finaliza.
AMD na BGS 2024
A AMD marca presença na BGS 2024 pelo terceiro ano seguido. Fazendo uma parceria com a Pichau, os participantes que visitarem o estande poderão visualizar e jogar em máquinas poderosas personalizadas, participar de sorteios, encontrar com cosplayers e influenciadores e várias outras atrações.
“A BGS é uma oportunidade que a gente tem de mostrar o PC gamer para um público que não joga necessariamente no PC. A nossa comunicação através de influencers e canais de tecnologia acaba atingindo muito aquele público que já é o jogador de PC. Então a BGS amplia essa comunicação para a comunidade em geral”, ressalta Artur Oliveira.
O estande da Pichau conta com várias atrações de parceiros como a AMD. (Imagem: Thayna Cruz/TecMundo)