As empresas do setor de tecnologia da informação (TI) foram as que realizaram os maiores investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PDI) em 2022. No total, o valor destinado por essas empresas foi R$ 285 milhões. Em seguida, está o setor químico, que investiu R$ 211 milhões.
O dado é do Panorama da Lei do Bem 2024, realizado pelo GT Group, empresa especializada em inovação, a partir de dados do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Promulgada em 2005, a Lei nº 11.196, que ficou conhecida como Lei do Bem, oferece incentivos fiscais às empresas de diversos setores que realizam investimentos em PDI.
Vale observar que, entre o conjunto de empresas beneficiadas pelo incentivo fiscal no ano analisado, aquelas do setor de TI eram as que apresentavam o menor faturamento anual, em torno de R$ 95 milhões. Para se ter uma ideia, a receita líquida mais alta era das empresas de seguros, cujo valor médio chegava a R$ 1,2 bilhões.
O setor se destaca, portanto, pelo alto percentual médio (12%) de investimento em PDI relativo à receita líquida das empresas.
As empresas de TI com projetos inscritos na Lei do Bem também deram um salto em relação ao número médio de pesquisadores com dedicação exclusiva. Com 23 profissionais, em média, o setor passou da 10ª para a 3ª posição entre 2021 e 2022.
Projetos em destaque
De acordo com o levantamento, dos projetos submetidos pelas empresas de TI ao MCTI, o desenvolvimento de produtos relacionados a sistemas e gestão foi o mais frequente, repetindo o cenário de 2021. Mas, em 2022, as empresas deram mais relevância ao uso de dados nas inovações de produtos e processos.
Em termos de processos, o foco esteve na segurança digital e no desenvolvimento de ferramentas de armazenamento em nuvem.
“O desenvolvimento de plataformas digitais que auxiliam na gestão e automação e a integração de softwares via API foram os principais produtos desenvolvidos pelos setores de tecnologia. O desenvolvimento de API é também uma melhoria incremental relevante em processo pois permite a conexão direta entre diferentes aplicativos usados no dia a dia das empresas”, destaca o panorama.
Concentração no Sudeste
De modo geral, os dados do MCTI compilados pelo GT Group mostram que 3.493 empresas inscreveram projetos em busca do benefício fiscal da Lei do Bem em 2022, 481 a mais em relação ao ano anterior. Dessas, 1989 se encontram no Sudeste do país.
Na região, São Paulo representou 42% das empresas beneficiadas. As regiões Sudeste e Sul juntas concentraram 89% do total investido em PDI. No entanto, a região Centro-Oeste mostrou o maior crescimento percentual no número de empresas beneficiadas, com um aumento de 27%.