Após prejuízo no segundo trimestre, a Ericsson se recuperou e registrou lucro líquido de 3,9 bilhões de coroas suecas (aproximadamente US$ 380 milhões) no terceiro período do ano, graças, sobretudo, ao desempenho das vendas na América do Norte.
Na comparação anual, a fabricante de equipamentos de rede teve um terceiro trimestre muito melhor do que o do ano passado, quando amargou um prejuízo líquido de 30,5 bilhões de coroas suecas (US$ 2,94 bilhões), resultado largamente influenciado pela baixa contábil relacionada à aquisição da Vonage.
Apesar dos ganhos financeiros, a Ericsson registrou outra queda de receita, desta vez de 1%, em termos orgânicos, em relação ao mesmo período do ano passado. O faturamento totalizou 61,8 bilhões de coroas suecas (US$ 5,97 bilhões).
As divisões de Rede (a de maior importância para os negócios da companhia) e Software e Serviços em Nuvem registraram queda de 1%. No caso de Redes, houve forte crescimento na América do Norte (alta de 80% ante o mesmo trimestre do ano passado), com apoio do contrato firmado com a operadora norte-americana AT&T. No entanto, as vendas na região não foram o suficiente para compensar volumes mais modestos em outros mercados.
Além disso, a divisão Corporativa (Enterprise) teve declínio de 3%. Segundo a Ericsson, a baixa foi puxada pela redução das vendas da sua Plataforma Global de Comunicações.
Levando em conta todas as áreas de atuação, as vendas da Ericsson caíram 22% no Oriente Médio e África, 29% no Nordeste da Ásia e 43% na região composta por Sudeste da Ásia, Oceania e Índia. Na América Latina, a receita diminuiu 2% “devido ao aumento da concorrência e menores investimentos na rede de clientes”.
Por outro lado, os resultados positivos foram vistos na Europa, onde as vendas “aumentaram ligeiramente”, e na América do Norte, com alta de 55% no terceiro trimestre.
Sinais de melhora
Na avaliação do presidente e CEO da Ericsson, Börje Ekholm, o mercado de redes deve voltar ao equilíbrio em breve. No relatório financeiro, ele diz que a recuperação na América do Norte traz “sinais de que o mercado global está se estabilizando”.
Em sua projeção, contrariando uma estimativa da consultoria Dell’Oro que indica que o setor só deve se recuperar com a chegada do 6G, as vendas da divisão de Redes devem se estabilizar “ano a ano durante o quarto trimestre”.
Ekholm, no entanto, não demonstra o mesmo otimismo com o segmento corporativo a curto prazo, que deve sofrer “uma maior pressão de vendas”, à medida que a empresa se concentra em verticais rentáveis.
Para o executivo, a joint venture de APIs de rede e o portfólio de soluções 5G empresariais continuam sendo “uma prioridade fundamental”.