Embora lucrativa para muitos, a febre de apostas esportivas com as bets e o uso de cartões de crédito pode se tornar uma verdadeira “tragédia anunciada”. Para o presidente da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), Isaac Sidney, usar essa modalidade de pagamento estimula o superendividamento.
Segundo Sidney, o governo deveria proibir imediatamente o uso de cartões de crédito como modalidade de pagamento para apostas nas bets. O motivo é a causa no aumento no número de endividamentos de famílias por conta dos jogos, que poderia atingir números altos e ter consequências desastrosas.
Em entrevista ao Estadão, o presidente da Febraban ressalta que “uma coisa é fazer a aposta com Pix ou cartão de débito. A pessoa vai fazer, mas só vai usar o que está na conta. O cartão, ao contrário, é endividamento para o futuro, além das forças financeiras atuais. O cartão de crédito é um convite à bola de neve do endividamento”.
Casos de endividamento por apostas têm se tornado comuns nos últimos quatro anos. (Imagem: Getty Images)Fonte: GettyImages
Regulamentação só em 2025
Com faturamento na casa dos R$ 100 bilhões de reais, segundo dados da agência Strategy & Brasil, as bets formam um debate acalorado entre público e governo. Sancionada em dezembro de 2023, a Lei 14.790/23 impõe uma série de regras para as apostas esportivas, como pagamento de impostos e informações sobre o destino do capital.
Sidney conta ainda que as bets possuem um forte potencial para alavancar a lavagem de dinheiro, e cobra a antecipação da lei. No entanto, essa série de regras só entrará em vigor a partir de janeiro de 2025.
Responsável por essa fiscalização, o Ministério da Fazenda permitirá que as apostas sejam feitas apenas por meios de pagamento instantâneo, como PIX, TED, cartão de débito ou pré-pago.