Referência em diversos produtos, principalmente no mercado de periféricos, a Razer quer dar passos maiores no mercado brasileiro. Em entrevista ao TecMundo, o vice-presidente sênior de vendas e marketing global da Razer, Bob Ohweiler, revelou sobre a possibilidade de trazer o console portátil Razer Edge ao Brasil, as dificuldades com a linha Blade e até o mesmo como o Razer Phone ajudou a renovar a indústria de smartphones.
Com um número crescente de jogadores que utilizam os smartphones para jogar, a ideia dos consoles portáteis voltou a ganhar força nos últimos anos. Ao ser questionado se o público brasileiro poderia esperar ver o Razer Edge no mercado nacional, Ohweiler diz que a empresa quer entender e explorar a dinâmica desse produto antes de pensar em um tipo de expansão.
“Não há razão para não trazermos um produto como esse para o Brasil. Somos novos nesse mercado. Esses produtos tendem a ter um tipo de suporte distinto [consoles portáteis], e precisam de um nível de cuidado diferente. Por isso ele está disponível apenas nos EUA”, explica Bob. Lançado em 2023, o Razer Edge é um portátil com chip Snapdragon capaz de rodar games disponíveis no Android.
Razer Phone foi um fracasso?
Lançado em 2017, o primeiro Razer Phone foi um dos primeiros smartphones gamer a fazer barulho no mercado, mas foi descontinuado anos depois em sua terceira versão. Apesar de ser considerado um fracasso por muitos, o executivo e a Razer entendem isso de outra forma.
O vice-presidente sênior de vendas da Razer aponta que o smartphone foi uma espécie de divisor de águas, uma vez que antes desse lançamento os aparelhos não possuíam especificações para atender o público gamer. “Hoje, as fabricantes de celular, devido ao Razer Phone, estão trabalhando com telas com taxas de atualização mais altas. As empresas dão mais atenção ao resfriamento e ao uso de energia. São essas coisas que o Razer Phone realmente inovou”, comenta Bob Ohweiler.
Razer Phone tinha especificações parrudas para games, como 8 GB de RAM.
Sem linha Blade no Brasil
Apesar do sucesso no mundo dos periféricos, a Razer é bem conhecida por seus notebooks Blade no exterior. Contudo, esses laptops gamer nunca chegaram oficialmente ao Brasil, e por mais que a companhia esteja de olho em oportunidades, esse movimento parece um tanto quanto improvável, segundo as falas de Bob.
Como explica o executivo, esses produtos possuem um ciclo de vida curto, especialmente por conta dos constantes lançamentos de chips de empresas como AMD, Nvidia e Intel. Assim, os notebooks ficam obsoletos de maneira muito rápida, como em cerca de um ano, e a única opção restante é descontinuá-los.
A linha Razer Blade aposta em produtos com design e especificações premium.
“Alguém que gasta muitos dólares nos Estados Unidos em um notebook espera um certo nível de qualidade no serviço, e reparos quando necessário. Então, o volume que precisaríamos ter no Brasil deveria ser grande demais para que tivéssemos as instalações adequadas de reparo e suporte ao cliente”, enfatiza. Bob Ohweiler ainda salienta que a única razão para não trazer os notebooks Blade ao país é “puramente econômica”.
O vice-presidente sênior também explicou que muitos produtos e acessórios, como roupas, são produzidos para as lojas da Razer espalhadas pelo mundo. Caso alguns desses produtos, como itens licenciados de Fortnite, façam sentido para a equipe que opera no Brasil, então essas mercadorias chegarão por aqui.
Razer manterá seu foco em produtos premium
Com a chegada de mais empresas no setor de hardware e periféricos no Brasil, a competição interna aumentou exponencialmente. Todavia, Bob diz que a Razer manterá seu posicionamento de oferecer produtos de qualidade ao consumidor — mesmo que a maioria seja bem cara.
O executivo destaca o lançamento de produtos topo de linha, como o teclado Razer Huntsman V3 Pro, considerado o mais avançado da empresa. Em contrapartida, a marca verde também é conhecida por vender itens mais baratos, principalmente headsets, que lideram a fatia do mercado brasileiro e motivou a vinda de Bob ao Brasil.
Família de headsets Kraken é uma das mais importantes da empresa.
“Apenas continuamos jogando o nosso jogo e focamos em vencer […] Nosso principal foco agora é que queremos que qualquer gamer do Brasil possa caminhar até sua loja favorita, ver o símbolo da Razer e poder interagir, tocar e sentir o produto”, finaliza Bob Ohweiler, vice-presidente sênior de vendas e marketing global da Razer.