A inflação do país registrou uma queda de 0,02% no mês de agosto, o que representa um recuo de 0,40 ponto percentual (p.p.) em relação a julho (0,38%). Apesar da leve baixa, foi a primeira vez que a taxa ficou negativa desde junho de 2023, quando houve uma queda de 0,08%. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 10 de setembro.
A inflação veio abaixo da expectativa do próprio IBGE, que divulgou, no final de agosto, o IPCA-15. Considerado uma prévia da inflação, o índice apontado foi de 0,19%.
No ano, o IPCA acumula alta de 2,85% e, no acumulado dos últimos doze meses até agosto, 4,24%.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, dois apresentaram diminuição de preço e puxaram a inflação para baixo.
No grupo Habitação houve uma queda de 0,51% e impacto de -0,08 p.p. sobre a inflação, o que se deu, principalmente, pela redução da energia elétrica residencial. Com o retorno da bandeira tarifária verde, o índice relativo à conta de luz passou de 1,93% em julho para -2,77% em agosto.
Já no grupo Alimentos e bebidas, a baixa de preços foi de 0,44%, com impacto de -0,09 p.p. sobre a inflação. Pelo segundo mês consecutivo, a alimentação no domicílio (-0,73%) apresentou recuo dos valores. Segundo o IBGE, houve quedas nos preços da batata inglesa (-19,04%), do tomate (-16,89%) e da cebola (-16,85%).
“O principal fator que contribuiu para a queda nos preços foi uma maior oferta desses produtos no mercado por conta de um clima mais ameno no meio do ano, que favorece a produção desses alimentos, com maior ritmo de colheita e intensificação de safra”, destaca André Almeida, gerente da pesquisa.
Entre as altas, o maior impacto na inflação em agosto veio do grupo Educação, com alta de 0,73% e 0,04 p.p. de contribuição sobre o índice.