A empresa alemã de software e nuvem SAP e a provedora de serviços de TI norte-americana Carahsoft Technology entraram na mira de autoridades dos Estados Unidos pela suposta prática de fixação de preços envolvendo serviços realizados nos últimos dois anos, que somam US$ 2 bilhões (aproximadamente R$ 11 bilhões).
A investigação, noticiada pela Bloomberg na terça-feira, 24, está sendo conduzida por advogados do Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) há dois anos. A alegação é de que a SAP formou um cartel com a Carahsoft para fixar preços nas vendas ao setor público, incluindo o serviço militar norte-americano.
De acordo com a Bloomberg, a investigação civil se concentra em empresas que possivelmente manipularam o mercado, obtendo somas significativas em vendas para o governo norte-americano desde 2014.
À Reuters, a SAP confirmou que está em investigação civil pelo DOJ, mas não revelou detalhes. “Tudo o que podemos dizer é que houve uma investigação civil por parte do DOJ e a SAP tem cooperado com a investigação desde o início”, disse a empresa, acrescentando que não tem conhecimento de nenhuma apuração criminal.
A Bloomberg também noticiou que agentes federais dos Estados Unidos revistaram os escritórios da Carahsoft, na área de Washington. A provedora de TI norte-americana, por sua vez, disse que a investigação tem relação com uma empresa com a qual já fez negócios no passado.
A reportagem também aponta que os advogados do DOJ estão apurando a participação de outros revendedores de software e de uma unidade da consultoria Accenture.
Segundo um levantamento do Bloomberg, a Carahsoft só fica atrás da Dell no que diz respeito a valores de contratos com o setor público norte-americano envolvendo produtos e serviços da SAP. A estimativa é de que mais de 600 acordos estejam em vigor, gerando mais de US$ 990 milhões em receitas.