Um em cada seis usuários de internet brasileiros têm receio de fornecer dados biométricos como impressões digitais e reconhecimento facial, em meio ao aumento do armazenamento dessas informações no país. O dado está em uma pesquisa divulgada na segunda-feira (2) pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI).
Conforme o estudo, 32% dos internautas nacionais com 16 anos ou mais ficam “muito preocupados” em disponibilizar tais informações, enquanto outros 28% se disseram “preocupados” com a coleta, totalizando 60% dos entrevistados. A pesquisa, feita em dezembro do ano passado, contou com 2,6 mil pessoas e a colaboração de 2 mil empresas.
Para a maioria das pessoas, é mais apreensivo fornecer a biometria para as instituições financeiras, com 37% dos participantes se mostrando “muito preocupados” e 36% “preocupados”. Os órgãos do governo (35% e 38%) e o setor de transporte público (34% e 37%) também aparecem em destaque.
O resultado aponta para a necessidade de reforço nas estratégias de proteção dos dados pessoais e na segurança da informação, de acordo com o gerente do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic), Alexandre Barbosa. A instituição foi a responsável pela produção da pesquisa.
Empresas armazenando mais dados
Ainda conforme o estudo “Privacidade e proteção de dados pessoais 2023: perspectivas de indivíduos, empresas e organizações públicas no Brasil”, a proporção de empresas que afirmam guardar dados biométricos de funcionários e clientes aumentou. O mesmo aconteceu em relação às informações de saúde.
No primeiro caso, o número de empresas que mantêm impressões digitais e dados de reconhecimento facial de funcionários e clientes passou de 24% em 2021 para 30% no ano passado. Já quanto aos dados de saúde, a proporção subiu de 24% para 26% no mesmo período.
O relatório também aponta avanços na adequação à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), identificados em 31% das pequenas empresas e 67% das grandes que participaram do levantamento. Os setores de informação e comunicação e de atividades profissionais foram os que apresentaram os melhores índices.