Após enfrentar um período de baixa no mercado de chips, a Qualcomm reportou uma alta robusta na venda de chipsets para smartphones no terceiro trimestre do ano fiscal de 2024 (período de abril a junho). A empresa também se mostrou entusiasmada com o uso de Inteligência Artificial (IA) em dispositivos móveis, incluindo celulares e PCs.
As receitas gerais da empresa somaram US$ 9,4 bilhões (aproximadamente R$ 54,03 bilhões) no período, alta interanual de 11%. O faturamento com chips para smartphones avançou ainda mais (12%), alcançando US$ 5,9 bilhões (R$ 33,91 bilhões).
“Juntamente com a Samsung e outros parceiros, continuamos a expandir os limites da GenAI [IA generativa] em dispositivos móveis. Para isso, estamos satisfeitos com o crescimento e a trajetória dos casos de uso de IA em smartphones”, disse Cristiano Amon, CEO da fabricante norte-americana, em conferência com analistas.
Segundo o executivo, a Qualcomm vai atuar para impulsionar o uso de IA em toda a indústria de eletrônicos. “Esta expansão contínua dos recursos de IA é um precursor dos smartphones da próxima geração, que acreditamos que se tornarão centrados na IA, com IA difundida no dispositivo trabalhando por meio de aplicações em nuvem”, acrescentou Amon.
Entre os números do terceiro trimestre fiscal, a divisão de chips para automóveis se destacou com alta de 87%, mas ainda responde por uma parcela significativamente menor da receita (US$ 811 milhões, ou R$ 4,66 bilhões). As vendas de chipsets para equipamentos de Internet das Coisas (IoT) caíram 8% ante o mesmo período do ano anterior, para US$ 1,35 bilhão (R$ 7,76 bilhões).
A empresa também registrou alta de 3% nas receitas com licenças e propriedades intelectuais, que totalizaram US$ 1,27 bilhão (R$ 7,3 bilhões).
Negócios
Além dos smartphones com IA, a diretoria da Qualcomm demonstrou otimismo com outros produtos que utilizam seus chips. Na conferência com analistas, o CEO destacou o momento positivo de equipamentos de realidade estendida (XR), citando os produtos da Meta.
“As vendas estão superando as nossas expectativas em razão, em parte, pela integração da LLama na experiência. Projetamos uma aceleração na demanda por dispositivos de realidade mista e novos casos de uso habilitados por GenAI”, disse Amon.
O executivo também pontuou que os chips da Qualcomm devem alimentar “a próxima onda de Copilot+ PC”, a linha de computadores da Microsoft com IA embarcada.
Amon ainda lembrou que, desde 7 de maio, a empresa não pode mais exportar chips para a Huawei, uma vez que a licença foi revogada pelo governo norte-americano. Essa medida deve impactar as vendas na empresa no trimestre atual e no primeiro trimestre fiscal de 2025.
Em compensação, a Qualcomm assinou um acordo de longo prazo envolvendo licenças com a fabricante chinesa de smartphones Honor – curiosamente, uma antiga subsidiária da Huawei.