A Justiça Federal dos Estados Unidos decidiu, nesta segunda-feira, 5, que o Google usou práticas ilegais para preservar o monopólio do seu serviço de busca. Na decisão, o juiz distrital Amit P. Mehta disse que a big tech abusou de medidas para esmagar a concorrência.
“O Google é um monopolista e agiu como tal para manter o seu monopólio”, pontuou o magistrado.
A decisão é vista como uma vitória antitruste do Departamento de Justiça (DOJ) do governo norte-americano em sua investida contra gigantes de tecnologia. A deliberação abre caminho para um segundo julgamento, que pode determinar a divisão da Alphabet, controladora do Google, com a intenção de mudar o cenário do mercado de pesquisa e publicidade no ambiente online.
O Google é responsável por cerca de 90% das pesquisadas feitas na internet. A receita com anúncios representou aproximadamente 77% das vendas totais da Alphabet no ano passado.
Em comunicado, o Google afirma que planeja recorrer da decisão. “Esta decisão reconhece que o Google oferecer o melhor mecanismo de busca, mas conclui que não deveríamos ter permissão para torná-lo facilmente disponível”, diz a companhia.
Prática abusiva
Na avaliação do magistrado, o Google agiu de forma abusiva para manter a sua posição de dominância nas pesquisas online. Mehta cita que a empresa pagou US$ 26,3 bilhões somente em 2021 para que o seu mecanismo de busca fosse configurado como padrão em smartphones e navegadores.
O juiz ainda destacou que “o Google reconhece que a perda de posição padrão teria um impacto dramático em seus resultados financeiros”.
O processo foi movido pelo DOJ em 2020, marcando o início de uma investida do governo norte-americano contra big techs. Nos últimos anos, as autoridades dos Estados Unidos também entraram com ações contra a Meta. O Google ainda é alvo de outro processo, especificamente sobre publicidade online.