A Viasat não pretende mais explorar comercialmente o satélite ViaSat-3 F1 Americas no Brasil. O equipamento seria utilizado para a oferta de serviços de banda larga em 100% do território no país, e nas Américas. No entanto, uma falha reduziu a capacidade total dele a menos de 10%, o que levou a companhia a rever o alcance do projeto.

O pedido de renúncia para uso no Brasil foi apresentado em junho pela Viasat e, nesta semana, distribuído a Alexandre Freire, que será o relator no Conselho Diretor da Anatel. O direito de exploração de satélite estrangeiro Viasat-3 foi concedido à empresa em 2021, com validade até junho de 2036.
Na época em que pediu a licença por aqui, a Viasat pretendia operar o satélite geoestacionário na posição orbital 79W. No entanto, o grupo alterou os planos relativos à frota global de satélites em função da falha.
Com o pedido de renúncia, a operadora deixa claro que não tem expectativa de implementar o serviço em banda Ka a partir da posição 79W nos próximos 12 anos.
O satélite ViaSat-3 Americas foi lançado ao espaço em abril de 2023. Em julho, a companhia informou que um desarranjo na implantação do refletor estava comprometendo o desempenho do equipamento.
O refletor é responsável pela emissão dos feixes que conectam equipamentos em Terra. Esta parte do satélite era uma grande inovação. De tamanho nunca visto em satélites comerciais privados, dava envergadura total de 43 metros, o mesmo que um avião Boeing 767, ao Viasat-3 F1 americas. A empresa explicou que, embora a carga útil esteja funcional, menos de 10% do rendimento planejado pode ser utilizado.
O ViaSat-3 Americas é o primeiro de três satélites geoestacionários que devem formar uma constelação projetada para fornecer banda larga de alta capacidade para todo o planeta. Os outros dois equipamentos têm como objetivo cobrir Europa, Oriente Médio e África (EMEA) e Ásia-Pacífico. Serão colocados em órbita no fim deste ano e em 2025.