Como anunciado no fim de junho, o Grupo TIM (antiga Telecom Italia) concluiu, nesta segunda-feira, 1º, o processo de venda da NetCo, a sua unidade italiana de rede fixa, para o fundo norte-americano Kohlberg Kravis Roberts (KKR).
A operação foi avaliada em 22 bilhões de euros (aproximadamente R$ 132,78 bilhões), incluindo earn-outs (ganhos vinculados ao cumprimento de determinadas condições previstas em contrato).
A companhia italiana, dona da TIM Brasil, explicou que a infraestrutura de rede fixa e as atividades de atacado foram transferidas para a FiberCop, subsidiária da qual o Grupo TIM detinha 58% de participação. Para concluir o processo de venda, a Optics BidCo, subsidiária da KKR, adquiriu todo o capital da FiberCop.
A TIM italiana ainda informou que manterá relações comerciais com a NetCo por meio de um Acordo Mestre de Serviço (MSA). O contrato é válido por 15 anos, podendo ser renovado por igual período. “Os serviços abrangidos pelo MSA serão prestados a preços de mercado e sem compromissos mínimos de compra”, diz a operadora, em comunicado.
O Grupo TIM destacou que a venda da NetCo contribui para reduzir o seu endividamento, que chegou a 26,64 bilhões de euros ao fim do primeiro trimestre deste ano. A desalavancagem foi confirmada em 14,2 bilhões de euros. Contudo, ajustes e custos da separação do negócio somaram cerca de 400 milhões de euros. Desse modo, a dívida financeira líquida deve ser reduzida em 13,8 bilhões de euros.
A transação também reduz o quadro funcional da TIM italiana, tendo em vista que a NetCo passa a ter uma nova dona. Sendo assim, a operadora, que tinha 37.065 funcionários, fica com 17.281 colaboradores.
Novo modelo de negócios
Em comunicado, o Grupo TIM afirmou que a venda da rede fixa permite que a empresa adote um novo modelo de negócio na Itália, mais focado em serviços direcionados aos mercados de consumo e corporativo.
“A conclusão da transação com a KKR e o Ministério das Finanças italiano é o resultado de dois anos e meio de intenso trabalho, durante os quais melhoramos a gestão da TIM e identificamos soluções industriais e financeiras que nos permitirão enfrentar os desafios futuros”, disse Pietro Labriola, CEO do Grupo TIM, em nota.
Vale lembrar que o acordo com a KKR não agradou todos os investidores da tele, que, inclusive, não puderam avaliar o contrato em assembleia de acionistas. O conglomerado de mídia francês Vivendi, por exemplo, entrou com um processo contra a TIM na Justiça italiana.