As ações da Oi terminaram a semana em queda acentuada após frustração de investidores do mercado de capitais com o leilão da ClientCo, a Oi Fibra, unidade que reúne os assinantes de banda larga via FTTH da companhia. No fechamento da B3 nesta sexta-feira, 19, os papeis OIBR3 valiam R$ 4,39 após perderem 5,39% do valor no dia. Nos últimos três dias, o tombo superou os 27%.
A desvalorização começou no dia 17 à tarde, logo após o leilão da ClientCo. Havia expectativa no mercado de que as empresas Brasil Tecpar, Vero e Ligga apresentassem propostas pelo ativo, e que fossem significativas. No entanto, o que se viu foi apenas a Ligga, dentre as três habilitadas, levando lance em dinheiro.
Além de ser única, a proposta em si também quebrou expectativas, pois foi de R$ 1,03 bilhão. Trata-se de uma fração dos R$ 7,3 bilhões que a Oi, em avaliação própria, estimou o ativo.
Como noticiado pelo Tele.Síntese ainda na quarta-feira, 17, Brasil Tecpar e Vero se desinteressaram em função dos contratos de uso da rede da V.tal.
O leilão foi suspenso para que a proposta da Ligga seja avaliada por credores da Oi. Eles recebem ainda hoje o detalhamento do lance apresentado para avaliar se aceitam. O leilão será retomado em 6 de agosto. No caso de discordância dos credores, a juíza vai declarar encerrada a primeira rodada e uma segunda rodada será marcada.
A expectativa é de que haverá negativa, e a segunda rodada convocada pela juíza Caroline Fonseca, do TJ-RJ, para apresentação de propostas que envolvam outras arquiteturas, como troca de ações.
Vale lembrar que a V.tal, operadora de atacado da qual a Oi é dona de 17% e que é controlada por fundos do banco BTG Pactual, comprometeu-se a apresentar proposta para ficar com a ClientCo na segunda rodada.
A venda da ClientCo pela Oi está prevista no plano de recuperação judicial da operadora, aprovado em abril pelos credores do grupo. O dinheiro levantado será utilizado para o pagamento de parte do endividamento, daí a cláusula que atribui aos credores a possibilidade de avaliar os lances apresentados. Além da Oi Fibra, a Oi também dá como garantia ao pagamento da dívida a participação detida na V.tal. A Oi entrou em recuperação judicial em 2016, chegou a sair no fim de 2022, mas voltou à situação em 2023.